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Estados Unidos criticam negociação climática da ONU

OESP, Vida, p. A20
08 de Abr de 2011

Estados Unidos criticam negociação climática da ONU

Afra Balazina

Comentários ácidos feitos nos Estados Unidos pelo enviado especial americano para mudanças climáticas, Todd Stern, atingiram ontem as negociações de clima da ONU em Bangcoc, Tailândia.
Irônico, ele disse à distância que as disputas sobre a questão da agenda de debates para este ano eram semelhantes a brigar pelo formato da mesa de negociação. As discussões culminarão neste ano na Conferência do Clima da ONU (COP-17), em Durban, na África do Sul. É lá que deve ser decidido se os países continuarão com o Protocolo de Kyoto - tratado que obriga os países industrializados a reduzir as emissões de CO2 - ou se será feito um novo acordo. A primeira fase de Kyoto termina em 2012.
Em evento da agência de notícias Bloomberg em Nova York, Stern disse que um tratado com valor jurídico, como o que deveria ter sido feito em Copenhague em 2009, é impraticável. E disse que, em vez de acordos internacionais, as leis nacionais de corte de emissões de gás carbônico são a chave para combater o aquecimento.
Segundo a Bloomberg, seus comentários sugeriam até mesmo que os EUA poderiam deixar o processo de negociação multilateral da ONU, ao afirmar que ela não é a "única plataforma para a proteção climática".
Por sua falta de cooperação nas negociações, os americanos levaram nesta semana, em Bangcoc, o prêmio de Fóssil do Dia.
Para representantes de países ouvidos pelo Estado, as afirmações de Stern são uma maneira de minar o processo da ONU, já que os Estados Unidos têm participação pouco construtiva e não fazem parte de Kyoto.
Outra razão seria a preocupação do presidente Barack Obama com a reeleição, já que o aquecimento global não é um tema muito popular no país.
Boa notícia. Nos EUA, os senadores democratas conseguiram, na quarta-feira, manter com a Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês) o controle sobre os gases que provocam as mudanças climáticas, o que representou uma vitória sobre os republicanos. Em 2009, a EPA concluiu que os gases-estufa são uma ameaça à saúde e, desde então, vem adotando regras mais duras para a emissão de CO2 dos veículos e da indústria.

OESP, 08/04/2011, Vida, p. A20

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/2011040/not_imp703291,0.php

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