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Estado entra com Cautelar no STF para suspender Upatakon

Folha de Boa Vista
Autor: Carvílio Pires
08 de Abr de 2008

O governador Anchieta Júnior (PSDB) anunciou ontem que o procurador-geral do Estado, Luciano Queiroz, protocolara Ação Cautelar no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ação, liminarmente o Governo do Estado pede a suspensão da Operação Upatakon III, até que o STF julgue o mérito de todas as ações que tramitam naquela Corte.

Conforme o chefe do Executivo roraimense, procuradores do Estado passaram o fim de semana coletando fotos e documentos para subsidiar a ação. Documentos de teor semelhante e demonstrando as preocupações do governo estadual com os desdobramentos da crise na Raposa Serra do Sol foram protocolados no Gabinete da Presidência da República.

Disse que em várias audiências ele, senadores e deputados federais expuseram informalmente as preocupações da sociedade. Inclusive, quanto à possibilidade de agravamento do conflito: índios contra índios e índios contra não índios. "Como tomamos uma medida protocolar, vamos esperar a resposta oficial sobre a nossa posição", comentou.

OPERAÇÃO - O governador lembrou que na semana passada, acompanhado do senador Augusto Botelho e dos deputados federais Chico Rodrigues, Neudo Campos, Luciano Castro e Urzeni Rocha, ouviu a posição firme do secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, de não recuar e dar continuidade à Operação Upatakon 3.

"Está se criando um clima de tensão muito forte em nosso Estado. Não podemos admitir esse tipo de trabalho que deixa a população ansiosa e tensa. Como já declarei à imprensa nacional e ao secretário executivo do Ministério da Justiça, eu vou à exaustão, lutando diariamente para evitar esse clima de conflito em Roraima", enfatizou.

Tomando como exemplo o receio que tem a maioria da sociedade local, também o governador se disse preocupado com a possibilidade do clima de tensão e hostilidade chegar ao extremo. "Na região conflagrada os movimentos são antagônicos, demonstrando a segregação social, religiosa, política, econômica e étnica", avaliou.

PERDAS - Conforme ele, a atual situação já é uma perda. "Se isso evoluir e houver sequer uma vítima será uma perda irreparável para o Estado", lamentou. Atreladas a essas, o Estado teria ainda a perda econômica com a saída dos arrozeiros e a perda moral ferindo o sentimento nacionalista.

"Acho que ninguém ganha! Durante nossas audiências fiz a pergunta: Quem ganha com essa operação? Do povo de Roraima 90% não querem, a classe política não quer, pelo menos metade da população indígena da região não quer. E o que se quer provar com isso? Há políticos que vão à imprensa pedir posição mais firme do governador. O que significa isso? De forma responsável eu gostaria de saber o que essas pessoas acham que poderia ser feito", declarou Anchieta Júnior.

Ao falar sobre a perspectiva de transferência das terras, o governador informou que técnicos do Governo Federal e do Estado vêem trabalhando a quatro mãos. Há poucos dias, o Gabinete Civil da Presidência da República manifestou interesse claro e objetivo de transferir as terras para Roraima. "Falta definir apenas quantitativamente", comentou.

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