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13 de Ago de 2013
O governo federal anunciou que deve comprar terras em Mato Grosso do Sul, utilizando títulos da dívida ativa, para indenizar produtores rurais que estão em áreas reivindicadas por índios terena em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. A União sinalizou que também pode comprar outras áreas no estado para reforma agrária e emitir títulos ao governo estadual. O dinheiro da venda desses títulos deverá ressarcir donos de propriedades que vão ser repassadas aos indígenas. A indenização é aguardada com expectativa por comunidades indígenas no estado.
O porta-voz da assembleia geral dos índios guarani-kaiowá de Mato Grosso do Sul, Tonico Benites, avalia que a proposta do governo federal é bem-vinda e representa uma esperança de paz nas comunidades. "A falta de uma definição concreta do governo gera muita violência. Esse anúncio está deixando a comunidade esperançosa", diz Tonico.
O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, acredita que a compra de terra e o repasse aos indígenas não é a melhor solução para os conflitos agrários. "Vejo isso como forma de amenizar o problema de imediato, mas essa solução ainda vai demorar muito para vir da forma como está sendo colocada", afirma.
O presidente da comissão de assuntos indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) de Dourados, Rafael Couto Barbosa, é favorável à iniciativa da indenização aos produtores. "Desde que a medida não venha ferir direitos dos indígenas ou dos proprietários rurais, e venha no sentido de solucionar os conflitos, de fato ela é válida", comenta.
A compra de áreas para transformar em reservas indígenas já foi adotada pelo governo federal em Mato Grosso do Sul. Em 2004, 38 famílias de produtores rurais que moravam no distrito de Panambi deixaram o local e se mudaram para uma fazenda comprada em Juti. A área custou R$ 30 milhões. O Panambi se tornou uma aldeia e atualmente 480 indígenas vivem no local.
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