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Especialistas tentam recuperar línguas indígenas

Fátima Missionária- http://www.fatimamissionaria.pt
03 de Abr de 2016

Uma centena de cientistas e investigadores, de 10 países, estiveram reunidos esta semana no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, Brasil, para definirem estratégias comuns de estudo e preservação do património linguístico e cultural indígena.

No Brasil são faladas atualmente pelo menos 181 línguas indígenas, mas antes da chegada dos europeus, calcula-se que mais de 1.500 idiomas fossem falados no território. A língua materna de Mutua Mehinaku, descendente do povo Kuikuro, é uma das que correm o risco de desaparecer. «Quando se trata de um património tão importante e sensível quanto a cultura, é preciso ter todos os cuidados para que ele não continue ameaçado. Por isso as pesquisas nesta área são tão importantes», afirmou o jovem índio durante o encontro.

Segundo Angel Corbera Mori, professor do IEL, a cada duas semanas, pelo menos uma língua desaparece no mundo. No Brasil, recentemente, morreu a última falante da língua indígena xipaia, em Altamira, no Pará, e apenas dois idosos falam guató, vivendo em lugares diferentes e que não se comunicam entre si devido à distância. A extinção destas línguas representa também o desaparecimento de conhecimentos acumulados ao longo de séculos.

«Não é uma riqueza material, como o ouro ou o diamante, mas, quanto mais diversidade cultural um país possui, mais rico ele é em conhecimento. Os índios mais velhos dominam toda uma diversidade de nomes de pássaros, cobras e plantas que são usadas na medicina tradicional, entre outras informações, que seriam de grande utilidade para a compreensão e a conservação da natureza. A perda desse conhecimento da fauna e da flora é também uma perda científica», sublinhou o investigador.

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