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Escritor José Saramago reivindica direitos dos índios em congresso

Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
21 de Nov de 2004

O escritor português José Saramago disse neste sábado (20) que os índios americanos têm o direito de "se fazer escutar" em um discurso no encerramento do Congresso das Línguas, paralelo ao Congresso da Língua Espanhola.

"Não são congressos opostos, não se pode falar de contra-congresso porque os representantes dos povos originários da América também têm o direito de se fazer escutar", afirmou o escritor no encontro que enfatiza a pluralidade das línguas indígenas.

O presidente honorário do chamado Congresso das Línguas, o prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, disse na última segunda-feira que a diferença entre os dois encontros é que na Real Academia Espanhola (RAE) fala-se sobre os indígenas e não com os indígenas.

Representantes de povos originários da Argentina, Bolívia e Peru questionaram com dureza o caráter excludente do congresso oficial, que terminou ontem.

"Não se pode falar do outro e fechar a porta na sua cara", disse Daniel Paz, representante do povo da região central da Argentina.

Rodolfo Hachén, organizador do encontro paralelo, considerou que as atividades foram "um sucesso" e contaram com a participação de 1.500 pessoas. "Isso é mais do que o dobro do que esperávamos", comentou.

Ao longo de cinco dias, centenas de pessoas participaram de debates sobre arte, história e cultura das comunidades indígenas americanas. A sede central do Congresso das Línguas foi o centro de cultura de La Toma, um ex-supermercado ocupado por seus trabalhadores.

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