FSP, Cotidiano, p. C2
18 de Nov de 2006
Equipes do Ibama já haviam sido alertadas sobre ameaças
Kátia Brasil
Chefes do Ibama em Roraima afirmaram ontem que equipes de proteção ambiental do órgão no Estado -como a que foi atacada terça- sabiam desde setembro de ameaças feitas por caçadores ilegais de quelônios (tartarugas, cágados e jabutis).
Segundo os chefes, além de ameaças, fiscais e integrantes do projeto Quelônios da Amazônia, coordenado pelo RAN (Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios), enfrentam problemas de segurança e de falta de equipamentos por conta de um corte de 25% nas verbas, feito no dia 7.
Na terça-feira, cinco integrantes de uma equipe do Quelônios da Amazônia foram atacados a tiros por caçadores ilegais de tartarugas, quando navegavam por um afluente do rio Branco, em Caracaraí (172 km de Boa Vista). No ataque, morreu o colaborador do Ibama José Santos Cruz, 44. Três pessoas ficaram feridas. A Polícia Federal investiga o caso.
Segundo o chefe de Fiscalização do Ibama em Roraima, Moisés Rodrigues, 51, a equipe atacada foi avisada das ameaças antes de partir para a região, no dia 6. "Eles sabiam das ameaças e do perigo. Achavam que não teriam problemas por serem do manejo [projeto Quelônios] e não da fiscalização."
"Fizemos relatórios sobre as ameaças e apresentamos ao Ministério do Meio Ambiente. Há necessidade da criação de um posto flutuante envolvendo Receita Federal, Polícia Federal, Ibama e órgãos de controle", disse o chefe do RAN, Antônio Pacaya, 53. Segundo ele, a equipe atacada não foi com segurança para a região por falta de verbas. Antes do corte, o orçamento do projeto era de R$ 15 mil. "Houve determinação da presidência [do Ibama] no dia 7 de novembro cortando 25% nas despesas. Isso demostra que os dirigentes não entendem a realidade da Amazônia", afirmou o chefe do RAN.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, em Brasília, Flávio Montiel, destacado para falar sobre o caso, não foi localizado até o fechamento desta edição.
FSP, 18/11/2006, Cotidiano, p. C2
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.