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Autor: José Martins da Silva Júnior*
30 de Mar de 2010
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, realizou na sexta-feira (26) um mergulho de reconhecimento no ponto denominado de Pedras Secas, no parque nacional marinho de Fernando de Noronha. Ele estava acompanhado da chefe do parque, Fabiana Bicudo, da chefe do Centro Mamíferos Aquáticos, Fábia Luna, e do coordenador-geral de Visitação do ICMBio, Ricardo Araújo.
As Pedras Secas localizam-se defronte à Praia da Caieira, no Mar de Fora, e é o provável local do naufrágio da Nau Capitânia, da expedição de Américo Vespúcio, em 1503, quando o arquipélago de Fernando de Noronha foi descoberto. A profundidade deste mergulho é de 12 a 18 metros. A 12 metros de profundidade, existe um túnel de 8 metros de comprimento, revestido de esponjas e zoantídeo (Palythoa sp. e Zoanthus sociatus) e coral-de-fogo (Millepora alcicornis).
Entre os animais observados pelo grupo estavam os peixes mariquita (Holocentrus ascensionis), cocoroca (Haemulon chrysargyreaum), saberé (Abudefduf saxatilis), cromis (Chromis multilineata), donzela-de-Rocas (Stegastes rocasensis), bodião-de-Noronha (Thalassoma noronhanum), budiões (Sparisoma spp.), cirurgião (Acanthurus chirurgus), cangulo (Melichthys niger), piraúna (Cephalopholis fulva) e dentão (Lutjanus jocu). Também foi observado o tubarão-limão (Negaprion brevirostris), o tubarão-bico-fino (Carcharhinus peresi) e a moréia-verde (Gymnothorax funebris).
VISITAÇÃO - A média anual de visitantes no Parque Nacional (Parna) Marinho de Fernando de Noronha nos últimos 10 anos é de cerca de 70 mil, sendo que aproximadamente 70%, ou seja, a grande maioria realiza alguma forma de mergulho na área do Parna. O parque é indicado para a visitação de pessoas que desejam ter um contato direto com paisagens e animais marinhos em seu estado quase natural. Possibilita oportunidades raras para mergulhadores experientes ou para pessoas que nunca colocaram uma máscara de mergulho observar o fundo do mar.
O que faz com que o parque seja um dos melhores locais de mergulho do mundo, além da beleza da paisagem submarina e da abundância de animais marinhos, é a comodidade de se conhecer o mundo subaquático com água pela cintura ou em mergulhos de 100 metros de profundidade e a grande facilidade de se observar lagostas, polvos, cardumes de peixes, tubarões e tartarugas.
O Parque Nacional de Fernando de Noronha é bom em qualquer época do ano para as duas modalidades de mergulho mais comuns - mergulho livre e mergulho autônomo. Se o visitante não levar seu equipamento, terá várias opções de aluguel na ilha - das máscaras ao regulador.
O mergulho autônomo consiste na submersão completa do mergulhador que respira embaixo da água, com auxílio de equipamento para respiração subaquática - o scuba (Self Contained Underwater Breathing Aparatus). O scuba foi criado pelo francês Jacques Costeau.
Os equipamentos necessários à prática desse tipo de mergulho são máscara, respirador, nadadeira, roupa de neoprene, cilindro de ar comprimido, regulador com octopus, manômetro, colete equilibrador e cinto de lastro.
Cerca de 40% dos turistas que visitam Fernando de Noronha realizam mergulho autônomo. As três operadoras de mergulho autônomo oferecem serviços com alto padrão de qualidade e estão aptas a conduzir mergulhadores de qualquer nível.
As operadoras de Fernando de Noronha dispõem de embarcações projetadas para o mergulho, equipamentos modernos, estação de recarga de alta qualidade, tanto para ar comprimido, como para misturas (Nitrox e Trimix), auditório para áudiovisuais, salas de aulas e instrutores credenciados pela Padi, PDIC, SSI e NAUI. Os mergulhos podem ser filmados ou fotografados, possibilitando ao visitante levar uma lembrança de sua experiência subaquática.
Essas operadoras oferecem os seguintes serviços de mergulho autônomo: batismo (acessível a pessoas sem experiência em mergulho) e para credenciados (pessoas que já fizeram curso de mergulho). Todos os mergulhos autônomos em Fernando de Noronha são feitos a partir de barcos em pontos já definidos e que normalmente são escolhidos no dia da operação em função das condições do mar.
Os melhores pontos de mergulho estão no Mar de Fora (Pedras Secas, Iúias e Cabeço do Submarino), onde as condições de mar só permitem os mergulhos nos dias em que o vento diminui de velocidade e ronda para nordeste-leste, principalmente de março a junho.
*Analista ambiental do CMA em Fernando de Noronha
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