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Entidades oferecem casas de apoio a índios

Folha BV - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Vaneza Targino
05 de Set de 2011

Os indígenas que vêm para a capital boa-vistense para resolver problemas, procurar tratamento médico e até mesmo sacar os seus salários recebem apoio das instituições constituídas que defendem os interesses desses povos. Roraima conta com oito etnias indígenas divididas em macuxi, wapichana, ingaricó, taurepang, patamona, wai-wai, ye'kuana e yanomami.

Boa Vista oferece hospedagem para os índios que não têm família na cidade. A Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena (Sesai) conta com duas unidades para os índios, a Casa de Estudo e a Casa de Saúde, conhecida como Casai, que abriga os índios de todas as etnias que vêm fazer tratamento de saúde. A Casai fica na área rural de Boa Vista, no Monte Cristo, e oferece toda a estrutura para abrigar os índios que passam por algum tipo de tratamento médico.

Já a Casa de Estudo fica no bairro São Francisco. O imóvel foi alugado pela Sesai, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), responsável em atender os yanomami e há anos serve como local de apoio para os índios. O local abriga os agentes indígenas de saúde (AIS), maioria índios yanomami que vêm passar por cursos, sacar os seus pagamentos, fazer compras. Eles chegam a ficar na cidade no máximo sete dias.

O responsável pela Casa de Estudo, Richard Parnaíba de Souza, explicou que existe um cronograma para receber os AIS na capital e todo aparato logístico é feito para atendê-los. Ele explicou que por semana os índios são trazidos para sacar o pagamento, fazer compras e logo retornam para as suas comunidades.

"Eles são acompanhados por funcionários que os orientam na hora de fazer as compras. A maioria vem trazida pelo DSEI-Y e a rotatividade de cada um AIS é a cada quatro meses. Dos locais mais distantes, eles vêm de avião, em grupos de 4 a 8 índios. Alguns que têm acesso via fluvial e chegam por conta própria. Mas são recebidos e oferecemos hospedagem e alimentação no período em que ficam na cidade", destacou.

A Folha esteve no local e confirmou a permanência de alguns índios que já estavam se preparando para retornar às suas comunidades nesta segunda-feira. No local também é proibido consumir bebida alcoólica e gerar desentendimento entre os indígenas. Quem quebrar essas regras pode ser penalizado, segundo comunicado fixado na parede.

Para atender aos yanomami também existem prédios de instituições independentes, que foram criadas para atender aos interesses da etnia. A Hutukara Associação Yanomami e Missão Evangélica da Amazônia (MEVA) mantêm imóveis que também servem de apoio aos índios yanomami que vêm a Boa Vista. A Folha tentou contato com ambas as lideranças, mas não conseguiu informações sobre o trabalho realizado de hospedar indígenas.

Já os índios do Distrito Sanitário Indígena do Leste (DSEI-Leste), que abrangem as áreas de serra, constituídos, na sua maioria, por macuxi, wapichana, ingaricó, taurepang e patamona, passam por atendimento de saúde na Casai. Os que vêm em busca de outros serviços na capital, como saque de benefícios e emissão de documentos, recebem apoio das instituições de grupos indígenas, como o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e Sociedade dos Índios de Roraima (Sodiurr).

No São Vicente, o CIR possui três imóveis, sendo um deles a casa do coordenador, que também serve como casa de apoio aos índios vindos das comunidades indígenas. Na avenida Benjamim Constant são duas casas, também administradas por integrantes da direção do conselho. No total, os imóveis podem abrigar mais de 70 pessoas, que pagam R$ 10,00 pela hospedagem.

A Folha apurou que os imóveis são do CIR e as despesas são pagas com as taxas cobradas aos índios que se hospedam. Já a alimentação é individual ou os indígenas se reúnem para comprar o alimento. Os indígenas entrevistados comentaram pouco sobre a importância de receber esse apoio das instituições, porém acham bom o local em que ficam, pois é bem localizado para atender as suas necessidades durante a permanência no imóvel.

A Sodiurr também mantém uma casa com um malocão no bairro Caimbé para hospedagem de indígenas que vêm para a cidade. O local iria passar por reforma, segundo a nova direção da entidade, que estava procurando um novo imóvel para manter o serviço. O prédio é próprio, muito movimentado e comporta mais de 40 pessoas.

A Folha não conseguiu contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) para confirmar se mantém algum imóvel de casa de apoio na capital aos indígenas que necessitam resolver questões pessoas.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=115480

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