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Entidades de Direitos Humanos cobram justiça em caso de indígena morta na Bahia

CNN Brasil -https://www.cnnbrasil.com.br
Autor: Maria Clara Alcântara Felipe Souza
23 de Jan de 2024

Entidades de Direitos Humanos cobram justiça em caso de indígena morta na Bahia
Um ataque mobilizado por fazendeiros resultou na morte de Maria de Fátima Muniz, mais conhecida como Nega Pataxó, neste domingo (21)

Maria Clara Alcântara Felipe Souza da CNN*

23/01/2024 às 13:38

A Comissão Arns e a Conectas Direitos Humanos emitiram uma nota de repúdio ao conflito ocorrido entre indígenas que ocupavam a Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, e fazendeiros que reivindicam a posse da área, na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, neste domingo (21).

No comunicado, as organizações afirmam que indígenas da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe foram violentamente atacados por fazendeiros e pistoleiros da região e pedem a completa apuração do caso ao governador do estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Segundo a nota, há notícias de outros indígenas agredidos e desaparecidos. O ataque resultou na morte da líder indígena Maria de Fátima Muniz, mais conhecida como Nega Pataxó, irmã do cacique Nailton Pataxó, que também foi ferido com gravidade.

As comissões afirmaram que o ataque foi combinado pela internet em um grupo batizado de "Invasão Zero" cuja finalidade é expulsar, pelo uso da força, os indígenas que estavam no local. Segundo as entidades, a atuação dos policiais militares que estavam presentes foi incapaz de conter o conflito.

"Não haverá paz no campo sem Justiça. Aguardamos uma investigação rigorosa, cobrando os esclarecimentos devidos à sociedade brasileira. E, ao povo Pataxó Hã-HãHãe, prestamos a nossa solidariedade, neste momento doloroso", conclui o documento.

Autoridades se mobilizam
O governador, convocou uma reunião extraordinária para integrar o trabalho das secretarias nas investigações deste conflito. Jerônimo usou ainda suas redes sociais para expressar solidariedade às famílias.

"Nós não aceitaremos qualquer tipo de violência como a ocorrida recentemente no sul da Bahia. Já estamos mobilizados para apurar e punir os responsáveis", afirmou o governador.

Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarcou para a região nesta segunda-feira (22).

O caso
Uma indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãe, identificada Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, de 52 anos, foi assassinada e outras quatro ficaram feridas por disparos de arma de fogo na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia, neste domingo (21).

Cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios a posse da Fazenda Inhuma. Eles teriam cercado a área com dezenas de caminhonetes. O grupo se intitula como Movimento Invasão Zero.

Dois fazendeiros foram presos em flagrante. Eles foram autuados por homicídio e tentativa de homicídio. Quatro armas de fogo foram apreendidas com eles.

O autor dos disparos que vitimou Nega Pataxó e outro fazendeiro foram detidos, além de um indígena que portava uma arma artesanal. De acordo com a PM, um fazendeiro foi ferido com uma flechada no braço, mas está estável.

*Sob supervisão de Bruno Laforé

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