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Entidade pede ações imediatas para conter extinção de espécies

OESP, Vida, p. A18
09 de Out de 2012

Entidade pede ações imediatas para conter extinção de espécies
Encontro discute implementação das decisões tomadas há 2 anos para a proteção da biodiversidade

HYDERABAD, ÍNDIA

Na abertura da 11.ª conferência das partes da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) exigiu que os grandes planos para conter a extinção de espécies pelo mundo se tornem grandes ações imediatas. O encontro internacional discute a implementação das decisões tomadas na última reunião, há dois anos, na cidade japonesa de Nagoya.
Para a diretora-geral da IUCN, Julia Marton-Lefèvre, a ação imediata é a única forma de manter viável o conjunto de metas de Aichi, que deverão ser cumpridas daqui a oito anos. "Em Nagoya, nós concordamos com um grande plano com metas ambiciosas, mas realistas, para salvar a biodiversidade", afirma Julia. "Nós precisamos manter a dinâmica em ação. A perda de biodiversidade continua e atinge os limites seguros do planeta. É tempo de um check-up sério sobre o progresso que fizemos para transformar o grande plano em grande ação."
A CDB é o segundo encontro internacional importante após a realização da Rio+20, em junho, no Brasil - no início de setembro, a IUCN já havia organizado o Congresso Mundial para a Conservação, na Coreia do Sul.
Lista vermelha. A entidade, que mantém uma lista de animais e plantas ameaçados de extinção (IUCN Red List of Threatened Species), diz que quase um terço das 63.837 espécies avaliadas corre risco - 41% dos anfíbios, 33% da fauna e flora que formam recifes de coral, 25% dos mamíferos e 13% das aves, além de 30% das árvores coníferas.
"A má notícia é que a perda da biodiversidade está crescendo e é esperado que cresça ainda mais", diz Jane Smart, diretora do grupo de conservação da biodiversidade da IUCN. "A boa notícia, porém, é que temos um plano que pode nos ajudar a reverter essa tendência devastadora."
Para ela, o assunto não é apenas uma questão que se refere ao Ministério do Meio Ambiente de cada país. Investir em infraestrutura natural, explica, é um modo eficiente em termos financeiros de responder no longo prazo às necessidades humanas, incluindo redução da pobreza, segurança alimentar, acesso à água e energia. "Não estamos mais falando em salvar a natureza apenas pelo bem dela", diz Smart.
Secretário executivo da convenção, o brasileiro Braulio Dias diz que é difícil detalhar nos orçamentos de outros órgãos o quanto de suas ações contribuem para conservação, uso sustentável e recuperação da biodiversidade. "Tudo que o Instituto Chico Mendes faz, por exemplo, está relacionado à implementação da agenda de biodiversidade. Mas essa agenda e as metas de Aichi extrapolam as competências dos Ministérios de Meio Ambiente", diz o biólogo. "Então, é preciso olhar as atividades de outros ministérios, no setor agrícola, de saúde, de energia, etc." / COLABOROU GIOVANA GIRARDI

OESP, 09/10/2012, Vida, p. A18

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