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Energia renovável pode criar nicho para máquinas

O Globo, Economia, p.32
16 de Set de 2012

Energia renovável pode criar nicho para máquinas
Governo quer rede de fornecedor nacional de equipamento para usinas eólicas e de biomassa

Eliane Oliveira
elianeo@bsb.oglobo.com.br
Mônica Tavares
monicao@bsb.oglobo.com.br

Lançadas as novas bases nas relações entre o governo e o setor elétrico, cujo ponto forte é a redução dos preços da energia na indústria, a equipe técnica da presidente Dilma Rousseff volta-se agora para a criação de uma rede de fornecedores de máquinas e equipamentos nacionais para a produção de energia de fontes renováveis, como eólica, solar, a de biomassa e a de pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
No novo desenho, a discussão é sobre como devem ser dados os incentivos e se deve ser exigido um índice de conteúdo local - percentual mínimo de insumos, peças e tecnologias fabricados no Brasil - em troca dos benefícios à indústria de bens de capital, que sofre com a desaceleração da economia e com o câmbio.
O primeiro passo foi dado coma realização de um estudo, ao qual O GLOBO, teve acesso pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela UFRJ. Uma das conclusões é que o novo nicho de mercado vai requerer forte expansão de importações de máquinas e equipamentos asiáticos nos próximos 15 anos.
Espaço para pequenas
Na geração eólica, destacam-se os sistemas ligados à rede, que terão demanda elevada e fornecedores já instalados ou estabelecendo-se no Brasil. Em relação à biomassa, o estudo sugere investimentos em equipamentos para autogeração. O mesmo caminho é apontado para as PCHs, porem com crescente importação de equipamentos estrangeiros.
O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, Nivalde Castro, defende que, para evitar alta significativa de importações, exija-se conteúdo nacional nos leilões de energia renovável, o que já é feito em outros setores, mas não pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Aneel disse que os programas de Pesquisa & Desenvolvimento "não exigem percentuais de conteúdo nacional pois no estágio da pesquisa ainda não existe quantidade suficiente que afete o mercado ou a industria nacional." Hoje, a exigência de conteúdo nacional é via crédito do BNDES.
Para o diretos do Sebrae Carlos Alberto dos Santos, a expansão das renováveis beneficiará pequenas empresas, já que as fontes são pulverizadas "diferentemente de uma Itaipu, que oferece energia para o Brasil e para o exterior."

O Globo, 16/09/2012, Economia, p.32

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