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ENERGIA DE GURI: CER prorroga prazo para concluir interiorização

Folha de Boa Vista- Boa Vista-RR
12 de Jun de 2002

A conclusão das obras do projeto de interiorização da energia de Guri, que estava prevista para este mês, foi prorrogada para o final de outubro deste ano. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da CER (Companhia Energética de Roraima), Antônio Pereira Carramilo Neto.
A obra custará ao Estado 26 milhões de dólares provenientes do convênio assinado com CAF (Corporação Andina de Fomento) e R$ 13 milhões da Eletrobras, dos quais R$ 10 milhões foram liberados.
Conforme o presidente, a CAF já liberou ao Estado 20 milhões de dólares, sendo que foram repassados à estatal 14 milhões. "O restante da CAF, US$ 6 milhões, está na conta do Governo do Estado que nos repassa na medida que pagamos as empresas contratadas", disse.
A obra mais próxima da conclusão, segundo Carramilo, é a do município de Bonfim. "Os equipamentos já chegaram, as bases estão prontas e a fase é de acabamento", disse, ao ressaltar que ontem à noite seriam feitos os primeiros testes para disponibilizar a energia de Guri provisória, aproveitando o sistema do Cantá, que está interligado a Boa Vista.
"Vamos passar um termovisor, equipamento que detecta se há má conexão. Amanhã (hoje), a energia de Bonfim será a de Guri", acrescentou. Ele reconhece que a obra era para ter sido concluída há mais tempo, mesmo antes do prazo estipulado por ele depois de assumir a estatal. Afirma que alguns entraves impediram que conclusão.
Um dos motivos citados foi a resistência dos índios da Venezuela que não queriam permitir a passagem das redes de transmissão para chegada da energia em Roraima. Além disso, o período de inverno e o litígio com os donos de imóveis rurais que também resistem em deixar que os postes passem dentro de suas propriedades.
"A enchente prejudica porque tem uma travessia que depende do rio baixar um pouco", disse, ao ressaltar que a estatal está tentando negociar com os proprietários, concedendo alguns benefícios que devem custar para a CER um total de aproximadamente R$ 80 mil.
O prejuízo da estatal com essa obra, conforme o presidente, está estimado no valor de R$ 150 mil, conseqüência de furtos de cabos. Esse ônus poderá aumentar caso a Justiça julgue procedente o pedido feito pelos índios ligados ao CIR (Conselho Indígena de Roraima), que não querem energia elétrica das comunidades do Contão e Surumu.
A obra, que equivale a 31 quilômetros, está embargada pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal (MPF). "Eu não estava aqui nessa época, mas acho que faltou um contato maior da CER com as comunidades", disse, ao acrescentar que além de parte da rede ter sido danificada, o litígio prejudicou a chegada da energia no município de Pacaraima.
Segundo ele, os postes derrubados no município de Mucajaí não são contabilizados como prejuízo para a CER, mas sim para as empresas contratadas. "Aquela obra ainda está sob a responsabilidade da empresa contratada", explicou.
REDE - Dos 650 quilômetros de rede, Carramilo garantiu que 83% estão concluídos. O projeto de interiorização é dividido em quatro eixos. A parte sul abrange Mucajaí, Iracema, e Caracaraí. Ao leste, Cantá, Bonfim e Normandia. A oeste, Alto Alegre e Amajari. A área norte concentra apenas Pacaraima.
Nesses eixos as linhas de transmissão em tensões variam e existem seis subestações rebaixadoras de energia. Na área leste existem duas subestações, em Bonfim e Normandia, que compreende 100 quilômetros de rede em 69kv.
As subestações são construídas pelas empresas internacionais Alsthon e Siemens, subcontratadas das firmas licitadas pela CER: a Elo, Sarenjo e Visa.

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