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Empresas investem na gestão da água

GM, Energia & Saneamento, p. C4
29 de Ago de 2005

Empresas investem na gestão da água

Preocupação com responsabilidade ambiental amplia projetos de reuso e controle dos efluentes. O comprometimento das empresas com aspectos como governança e responsabilidade ambiental tem contribuído para o crescimento dos investimentos da iniciativa privada em projetos de gestão de recursos hídricos como reutilização da água e controle dos efluentes.
Além do benefício financeiro com redução de gastos com água e esgoto, projetos deste tipo atraem a atenção de investidores e consumidores que focam seus investimentos e aquisições em produtos fabricados de acordo com práticas ambientalmente corretas.
Segundo o coordenador de graduação em engenharia ambiental do Senac, Alcir Vilela Jr., não há no país um levantamento sobre o volume de recursos empregados até agora na gestão da água, quais os benefícios obtidos ou qual o potencial de mercado. "Estudos são realizados individualmente, caso a caso", disse.
"Mas é fato que alguns setores industriais, como o automobilístico, papel e celulose e farmacêutico já realizaram grandes avanços na gestão ambiental e hoje têm funcionado como indutores do mercado, pois passaram a incorporar aspectos como o relacionamento com parceiros e clientes", ressaltou.Vilela Jr. também citou o exemplo da Petrobras, que realiza uma avaliação das práticas ambientais dos fornecedores e os classifica em grau de pontuação que determina a participação de cada um nas concorrências. "Isso gera um efeito multiplicador nos projetos de gestão ambiental, já que eles buscam melhorar seu rating.", disse.
Ele ponderou, que "por outro lado, quem está fora do mercado competitivo ou não é afetado por indução ainda usa práticas ambientais da década de 70 ou 80, fazendo o mínimo que a lei manda."
Para o professor, falta ao país uma discussão abrangente na sociedade sobre a importância da ampliação de ações de melhoria da gestão ambiental "As pessoas ainda relacionam responsabilidade da gestão ambiental com o poder público", disse. "Mas já se verifica uma tendência de mudança, as novas gerações já começam a identificar a própria responsabilidade", completou.
Outro docente de gestão ambiental do Senac São Paulo., Renato Arnaldo Tagnin, também criticou a falta de discussões abrangentes sobre a questão da água. "A discussão deveria ser muito mais ampla, além do intra muros de uma empresa."
Ele lembrou das disputas que têm acontecido em áreas onde existe o abaixamento de aqüíferos, como o Guarani, mas questionou a falta de engajamento da sociedade civil em outras regiões do país. "Embora exista um processo de implementação da regulação em curso, há necessidade de um maior envolvimento da população, também por meio das secretarias estaduais, os comitês das bacias, o conselho nacional de recursos hídricos, a ANA (Agência Nacional das Águas)", opinou.
Os docentes coordenam a Conferência Internacional de Governança e Sustentabilidade Ambiental: 2005 - a questão da água, que acontece entre hoje e quarta-feira, em São Paulo.

GM, 29/08/2005, Energia & Saneamento, p. C4

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