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Empresários denunciam o Ibama

Gazeta de Cuiabá
19 de Jan de 2004

Parque Nacional tem muitas deficiências por falta de conservação. Denúncia deve ser apresentada ao Ministério Público.
A Associação Comercial de Chapada dos Guimarães (município distante a 61 Km de Cuiabá) ameaça ingressar com denúncia no Ministério Público Federal (MPF) contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por abandono do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, de 33 mil hectares. A entidade justifica que em pleno período de alta temporada o setor sofre efeitos da má conservação das estradas internas, dificuldades de acesso a pontos turísticos e da ausência de medidas ambientais para impedir o assoreamento de rios.

"Se até o dia 31 de janeiro providências não forem tomadas, vamos pedir a intervenção do Ibama Nacional no Estado", avisa o presidente da entidade, José Carlos Marinho dos Santos. Ele cita como exemplo de omissão do Ibama no Estado, a situação da Cachoeirinha, um dos principais pontos turísticos da região. De acordo com ele, em todo o período chuvoso, cerca de 10 toneladas de areia vão parar no rio que corta o local.

Nas proximidades dessa área particular, há curvas de nível, um obstáculo físico para diminuir a velocidade da água que entra na propriedade pelo rodovia Emanuel Pinheiro. Na estrada interna, de terra, que liga a Cachoeirinha ao Véu de Noiva, há vários valas provocadas pela força das águas. A areia pinta de branco a terra avermelhada ao longo de quase mil metros de extensão. A estrada de acesso ao Véu de Noiva está danificado por causa das chuvas.

Para os empresários, a ausência de um Plano de Manejo Auto-sustentável faz com que parque tenha o seu potencial turístico subaproveitado, razão pelo qual os pacotes turísticos redundem num tempo menor de permanência do turista na região. Segundo Marinho, em quatro anos o número de visitantes caiu de 60 mil para 30 mil, entre os meses de dezembro e janeiro. Atualmente, durante a semana, é grande o número de turistas que visitam o parque, mesmo nos dias de chuva.

A associação acha que o turismo poderia ser melhor aproveitado se a infra-estrutura fosse a altura da beleza do lugar. "O Ibama usa o argumento de que o perfil do turismo no parque é contemplativo, ecológico, para fugir de suas responsabilidades de recuperar as estradas que dão acesso ao lugares mais distantes. Será que uma pessoa idosa não tem o direito de visitar outros pontos do parque?", questiona Marinho.
(Anderson Pinho-Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT-19/01/04)

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