Midianews-Cuiabá-MT
11 de Fev de 2003
Uma comissão mato-grossense vai se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT), na próxima quarta-feira, em busca de apoio político para o retorno da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), mesmo que em novo formato e rebatizada. A reunião foi confirmada hoje (segunda-feira) pelo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Oscar Soares Martins, e contará com a presença do deputado federal Wilson Santos e do secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração, Alexandre Furlan.
A reunião com João Paulo Cunha será a segunda em Brasília nesta semana. Amanhã (terça-feira), a comissão mato-grossense estará com o ministro do Desenvolvimento Nacional, Ciro Gomes, em reunião na Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Oscar representa a Fiemt no Conselho de Integração Nacional da CNI, que promove o debate com o ministro abordando o tema Política de Desenvolvimento Regional.
Entre os assuntos, os representantes dos Estados da Amazônia Legal irão cobrar a aceleração da Sudam, que provavelmente passará a se chamar Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA).
Conforme relatório da Fiemt, de 1966 até 1988 foram implantados 362 projetos em Mato Grosso, sendo 308 do setor agropecuário. "Neste período, o rebanho bovino passou de 3,9 milhões para 7,85 milhões de cabeças, com um incremento espetacular de mais de 100%, o que mostra a contribuição da Sudam para a pecuária mato-grossense, que possui atualmente 22 milhões de cabeças", enfatiza o texto.
Oscar ressalta que, atualmente, há 107 projetos em implantação no Estado, que envolvem investimentos totais na ordem de R$ 2,8 bilhões, com previsão de 15 mil novos empregos diretos. Conforme a Fiemt, em 2000, a arrecadação de ICMS foi de R$ 1,5 bilhão em Mato Grosso. Desse valor, as empresas incentivadas pela Sudam contribuíram com R$ 495 milhões, um percentual de
33%.
O vice-presidente da Fiemt enfatiza a presença da Sudam nos projetos estruturais ligados ao Estado, como a Ferronorte, a hidrovia
Madeira-Amazonas e a Usina Hidrelétrica de Itiquira.
Na reunião com o ministro Ciro Gomes, será repassado o montante que deixou de ser aplicado em Mato Grosso pela Sudam. Nos últimos três anos, o governo federal não repassou R$ 1,2 bilhão. "Queremos que os projetos ligados ao Estado sejam analisados e classificados em três grupos: os que não possuem irregularidades ou pendências burocráticas, os que - embora sem irregularidades - estejam com amarras no processo e os que contêm ilícitos. "Após, defendemos o imediato início dos projetos lícitos", finaliza.
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