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Empresário discute implantação da fábrica de celulose com governador

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: LUIZ VALÉRIO
13 de Fev de 2003

Segundo Claudio Schimdt, a fábrica deve começar a operar em 2006

O empresário Claudio Schimdt, da Brancocel - grupo que pretende implantar uma fábrica de celulose no Estado -, manteve encontro ontem com o governador Flamarion Portela (PSL) para tratar de assuntos relativos ao projeto. Ele saiu animado da reunião e disse que o governador "está bem intencionado e empenhado em colaborar para a implantação fábrica".
Conforme o empresário, o projeto de implantação está evoluindo. Disse que o estudo de viabilização já está pronto e os estudos de financiamento e implantação, encaminhados. Dia 11 de março serão feitos a apresentação da evolução do projeto e o lançamento oficial junto à comunidade.
O próximo passo será fechar as parcerias com os fornecedores de matéria-prima para a construção da fábrica e abrir o processo de concorrência para os empresários que vão fornecer tecnologia para a implantação do projeto. Essas duas fases devem levar algo em torno de sete meses.
O passo seguinte será o processo de detalhamento da engenharia a ser utilizada na implantação da fábrica, que deve levar cerca de 10 meses. "Até o final de 2004, devemos iniciar a construção da fábrica de celulose, que deve começar a operar em 2006", adiantou.
Schmidt disse que será feito um investimento da ordem de U$ 330 milhões, incluindo-se aí o cultivo de 30 mil hectares de acácia, aquisição de equipamentos e de terras e construção da parte física da fábrica. Desses 30 mil hectares de acácias já existem oito mil plantados. Ainda este ano, será iniciado o plantio de mais seis mil hectares e, no próximo ano, outros oito mil serão plantados.
LOCALIZAÇÃO - A localização da fábrica de celulose vai depender do estudo de impacto ambiental que está sendo feito. A tendência é que ela fique localizada na BR-174, no sentido Mucajaí, pelo fato do local proporcionar duas opções de escoamento: uma para Porto Ordaz, na Venezuela, e outra por Caracaraí, através do rio Branco, entrando, posteriormente, pelo Rio Negro, no Amazonas.
O mercado alvo da Brancocel são os países europeus (85%), Estados Unidos (10%) e Ásia (5%). Pretende exportar algo em torno de 110 milhões de dólares em produtos de qualidade, o que representará um grande volume de negócios e que poderá pôr o Estado em evidência.
IMPACTO AMBIENTAL - Segundo Claudio Schmidt, a fábrica de celulose não agredirá o meio ambiente, pois trabalhará com baixo consumo de produtos químicos poluentes. Por isso um maior consumo de energia. "Quando se fala em produção de celulose, se pensa logo em poluição. Mas a nossa será uma fábrica politicamente correta", disse o empresário.
GOVERNO - A participação do Governo do Estado na implantação do projeto se dará através do subsídio para o fornecimento de energia elétrica. A fábrica de celulose deve consumir algo em torno de 80 megawatts de energia, 25% a mais do que consome todo o Estado de Roraima, que utiliza apenas 60 megawatts.
Cada megawatt de energia deve custar aos cofres do Estado cerca de R$ 2 milhões por mês. A compra de energia será feita com recursos do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI).
Será um custo de energia mais caro, mas que, segundo o empresário, vai ser compensado pelos benefícios que e empresa trará, como a geração de cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos e a exposição positiva de Roraima no exterior, o que vai dinamizar a economia local.
"Trata-se de um projeto de alto valor agregado regional", disse o empresário. Afirmou que a implantação da fábrica de celulose pode incrementar, inclusive, o ecoturismo na região, pois outros empresários podem se interessar em saber como se deu a implantação do projeto e decidirem em investir em Roraima. "Isso certamente fará com que Roraima deixe de ser movido pela economia do contracheque", observou.
INTEGRAÇÃO - O empresário disse que uma das uma das suas principais preocupações é fazer a integração do projeto com a sociedade. "Assim que tivermos uma área própria, pretendemos firmar parceria com pequenos produtores rurais para a produção de madeira [acácia]. Queremos que a comunidade local participe ativamente do empreendimento e pretendemos gerar riqueza para o maior número possível de pessoas residentes nessa região", enfatizou.
Faz parte do projeto a capacitação estudantes para serem aproveitados no empreendimento. Para isso, deve ser firmada uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas Empresas (Sebrae) e coma Universidade Federal de Roraima (UFRR) para capacitá-los. "Porque não adianta gerarmos três mil empregos aqui e trazermos mão-de-obra de fora", salientou o empresário.

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