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Empresa volta a investir no alcool, 30 anos depois

OESP, Economia, p.B7
29 de Ago de 2005

Empresa volta a investir no álcool, 30 anos depois
Investimento será de US$ 330 milhões para viabilizar o escoamento pela hidrovia Tietê-Paraná
Chico Siqueira
Técnicos da Petrobrás e Secretaria dos Transportes de São Paulo mapearam trechos da hidrovia Tietê-Paraná para usá-la no transporte de álcool produzido por usinas de São Paulo, Goiás e Minas Gerais com destino ao mercado externo.O mapeamento faz parte do projeto da Petrobrás para voltar ao mercado de álcool combustível 30 anos depois de ter deixado o setor, na década de 70. O projeto prevê investimentos de US$ 330 milhões no uso da hidrovia e construção de dutos para transportar 4 bilhões de litros de álcool e movimentar US$ 3,3 bilhões por ano com a exportação do produto.
Os engenheiros e técnicos visitaram usinas e portos da hidrovia e conheceram pontos onde poderão ser instalados tanques de armazenamento e bases de embarque. Segundo a Petrobrás, o mapeamento será analisado, de acordo com vantagens logísticas, para a escolha dos locais que receberão a estrutura para os embarques.
A intenção é levar o álcool por hidrovia até o porto de Conchas (SP) e de lá, por meio de um duto a ser construído, até a refinaria de Paulínia. Em Paulínia, o álcool será transportado, por meio de um duto já existente, a Duque de Caxias (RJ), para posterior embarque ao exterior. Outra alternativa é construir um duto ligando Paulínia ao porto de São Sebastião.
Segundo a Secretaria dos Transportes, será a primeira vez que a hidrovia transportará álcool. Com 2,4 mil quilômetros de vias fluviais, a hidrovia corta 5 Estados e dá acesso ao Paraguai. Em 2004, ela transportou, de acordo com dados da secretaria, 2 milhões de toneladas de carga, mas tem capacidade para 20 milhões de toneladas/ano.
Em São Paulo, o trecho navegável é de 800 quilômetros, incluindo além dos rios Tietê e Paraná, o rio Piracicaba, canais artificiais, eclusas e terminais intermodais de cargas. Hoje, são transportados por ela farelo de soja, cana, soja, sorgo, milho, trigo, óleo vegetal e açúcar.
A expectativa é de que em 2010, quando o projeto estiver concluído, a produção nacional possa atingir entre 6 e 7 bilhões de litros para exportação. Daí, o interesse da Petrobrás pelo mercado. O projeto da estatal prevê, além da hidrovia, construção de dutos no interior de São Paulo: um de 190 km entre Sertãozinho e Paulínia, ao custo de US$ 80 milhões; outro, de 200 km e custo de US$ 90 milhões, entre Conchas e Paulínia; e um terceiro, de 60 km, entre Taubaté e Paulínia, ao custo de US$ 60 milhões. Um outro duto, que está sendo proposto por usineiros, deverá ligar Catanduva ao duto de Sertãozinho.

OESP, 29/08/2005, p. B7

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