Empresa cancela vôo para área indígena

A empresa aérea Roraima Táxi Aéreo paralisou todos os vôos que atendem a área indígena yanomami, criando uma situação que beira o caos. O problema é falta de pagamento. Segundo o gerente da companhia, Rogério Mesquita, a Funasa está com mais de três meses com problemas na liberação de recursos e a dívida já passa de R$ 1 milhão.
Os vôos transportam os profissionais de saúde e os pacientes indígenas, além de abastecer de medicamentos, insumos e alimentos os 20 pólos-base - atendendo uma população de 8 mil indígenas.
A suspensão ocorreu nesta última segunda-feira, 07, devido à falta de pagamento das horas de vôos para a empresa aérea contratada. Os meses em atraso são de agosto do DSEI/Leste e setembro das duas áreas.
Parte do pagamento do mês de agosto já foi efetuada e restam R$ 245.158,33. A fatura do mês de setembro está sendo conferida e os serviços cobrados chegam ao valor de R$ 684.558,33 dos dois distritos. A empresa ainda não apresentou a fatura do mês de outubro.
\\\"Como o valor é alto e não houve até agora negociação em relação ao pagamento das faturas vencidas, resolvemos paralisar o atendimento nas áreas indígenas. Operacionalizávamos com seis aviões e vamos ficar sem nenhum tipo de atendimento até a atualização das contas. Eles estão cientes do que está acontecendo e acredito que já devem estar sendo tomadas providencias", disse.
FUNASA - A Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) informou que os vôos realizados para as áreas do Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (DSEI/Leste) e Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye\\\'kuana devem retornar nos próximos dias.
O coordenador regional da Funasa, Ionilson Sampaio, está em Brasília, com a presidência da Funasa, negociando a falta do repasse da verba destinada para as horas de vôos. A Funasa em Brasília já acenou a liberação dos recursos.
O coordenador substituto, Aurean Leal, informou que enquanto o dinheiro não for liberado será utilizado dinheiro das duas conveniadas que atuam no DSEI/Leste, Conselho Indígena de Roraima (CIR) e DSEI/Y e Fundação Universidade de Brasília (Fubra), que possuem em caixa uma reserva técnica. O recurso é destinado para utilização em casos emergenciais. Nesse momento os valores serão usados para fazer a troca das áreas dos agentes de saúde.
O chefe do Distrito Sanitário Leste, João Ponciano, esclareceu ainda que enquanto o contrato estiver vigorando, a empresa de Táxi Aéreo tem que fazer o atendimento de emergência. "Até quinta-feira já deve estar normalizado o pagamento de pelo menos uma parte", previu.