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EMPLAVI invade Santuário dos Pajés, desmata o cerrado, ergue muros e joga spray de pimenta nos/as cidadãos/ãs que resistiram.

CMI - http://www.midiaindependente.org/
06 de Out de 2011

Mobilização amanhã às 10 horas da manhã para impedir MAIS este crime!

Em mais um capítulo que ficará marcado na história do Distrito Federal, na mesma semana em que foram indicados de volta Antonio Gomes e Evelise Longhi, inimigos históricos do Santuário dos Pajés e expoentes da especulação imobiliária no governo Arruda, a Emplavi Empreendimentos Imobiliários, uma das maiores incorporadoras do DF, envolvida em inúmeros escândalos de corrupção, invadiu uma área que pertence ao Santuário dos Pajés, desmatando o cerrado nativo e erguendo muros, torres de segurança e colocando capangas armados para defender a terra roubada com armas de fogo e spray de pimenta.

Invasão criminosa em plena luz do dia

Onde antes era cerrado nativo, desde o dia 03 de outubro de 2011, foram erguidos de forma criminosa muros de arame farpado, torres de segurança e placas de metal pela Emplavi Empreendimentos Imobiliários, empresa que descumpriu a decisão judicial que protege o Território Indígena Bananal dos especuladores do Setor Noroeste, bairro supostamente ecológico com o metro quadrado mais caro do Brasil.

Assim que iniciou-se a invasão, indígenas e manifestantes que defendem o cerrado e não aceitam a especulação imobiliária foram até o local e tentaram impedir a construção, sendo ameaçados pelos seguranças e pelos engenheiros, que chegaram a levantar até uma picareta ameaçando um jovem que não estava aceitando mais este crime contra o cerrado e contra a população do DF. Como sempre, com a cumplicidade da Terracap, do governo mafioso de Agnelo e o silêncio cúmplice da Funai, Ibama e Ibram, a construtora Emplavi não foi punida de nenhuma forma, embora tenha sido obrigada a prometer que pararia a construção imediatamente e aguardaria a decisão judicial sobre a demarcação do Território Indígena Bananal, que está em andamento atualmente.

Mesmo após terem se comprometido a pararem as obras, na manhã do dia 05 de outubro de 2011 (quarta-feira), a construtora invasora religa os tratores e continua a construção do muro ilegal, imoral e criminoso, mostrando seu total desrespeito pelas leis e pela população do Distrito Federal. A Emplavi não tem respaldo jurídico para atuar ali por que o que está em vigor no momento é a Medida Cautelar 18392, de 18 de agosto de 2011, que resumindo todo o linguajar juridiquês e processo por trás, impede que a TERRACAP realize ou permita quaisquer obras tendentes a alterar, reduzir, impactar, transferir ou restringir o modo de ocupação e a área reivindicada pela Comunidade Indígena Bananal. Isso constituído, é impossível ou flagrantemente ilegal qualquer aval da Terracap para a construtora realizar obras no referido local.

Imediatamente, os indígenas pediram socorro à população do DF, que respondeu e foi ao local do crime para parar a obra. Os manifestantes foram surpreendidos quando, dentro da obra ilegal e criminosa estava o senhor Charles Magalhães, que se apresentou como coronel da Polícia Militar (que supostamente deveria impedir o crime, o coronel está de branco na foto, a seu lado de azul o engenheiro), alegou que estava de férias, que foi chamado pela Emplavi para ajudar na negociação, e que tinha interesse em defender a empresa pois disse que é proprietário de um dos apartamentos que seria construidos ali, o que indica traços de delito ao se apresentar como servidor público e alegar que está atuando ali por interesse particular. Estava ali também um engenheiro da Emplavi, afirmando de forma mentirosa que o processo tinha sido finalizado e que aquela área tinha sido comprada da Terracap para a construção de mais um prédio de luxo que só servirá aos especuladores imobiliários. Além disso, diversos seguranças armados com cassetetes, sprays de pimenta, armas de choque elétrico e armas de fogo ameaçavam a população, que estava indignada com o crime que acontecia em plena luz do dia.

O coronel da PM, que estava à paisana e disse estar de férias, alegou ter sido chamado pela Emplavi para ajudar nas negociações. Segundo as palavras do coronel, ele estava lá por ser um dos interessados na questão, tendo em vista que é comprador de um apartamento no edifício que estão tentando construir na área violada. O coronel da PM, apesar de não estar em serviço, foi enfático em apoiar a atitude da empresa dizendo que caso alguém ultrapassasse a cerca que eles colocaram, essa pessoa seria presa pela empresa de segurança.

Após este ato violento de agressão contra toda a população, a Emplavi e seus seguranças agrediram os manifestantes com spray de pimenta, enquanto eles paravam os tratores e protegiam as árvores do cerrado (muitas ameaçadas de extinção), mostrando que, apesar do ato criminoso, a construtora que conta com o apoio do governador (que também é outro especulador) não vai abrir mão de seus lucros mesmo que isto implique em invadir este território indígena, desmatando cerrado nativo e cometendo diversos crimes simultâneos.

Alguns manifestantes prestaram queixa na Polícia contra os seguranças autores das agressões, mas sabem que eles contaram com todo o apoio destes, que desde o início sabiam do crime que estava acontecendo e se posicionaram a favor dos invasores, especuladores imobiliários, do governador e sua corja, que segue a mesma política do governo Arruda de agressão, banditismo e corrupção.

A construtora, após a corajosa resistência da população, se comprometeu a parar com as obras até que seja resolvida a situação. No entanto, eles já tinham feito este acordo anteriormente e descumpriram, portanto, é fundamental a mobilização para parar esta obra, remover cada pedra de entulho colocada em área ilegal e garantir o direito dos indígenas ao Santuário até que saia a decisão judicial final sobre o caso.

É fundamental o apoio de todas (os) aqueles que lutam por um DF e entorno mais justo socialmente, com acesso à moradia digna e direito à cidade, na luta contra as construtoras corruptas, saídas das caixas de Pandora, a Terracap (epicentro histórico da corrupção no DF), o governador e sua máfia. Convidamos todos a comparecer ao Santuário dos Pajés amanhã (05 de outubro de 2011) às 10 horas da manhã para denunciarmos este crime e pararmos esta obra ilegal, imoral e anti-ecológica.

O Santuário não se move!!!

Fora governo corrupto e submisso às máfias das construtoras!!!

O Cerrado não pode ser vendido nem invadido!!!

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2011/10/498290.shtml

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