VOLTAR

Embrapa vai combater a desertificação em Cabrobó

GM, Rede Gazeta do Brasil, p. B13
15 de Abr de 2005

Embrapa vai combater a desertificação em Cabrobó

Medida deve reverter o problema ambiental e ainda eliminar as perdas estimadas em US$ 100 milhões/ano. Os dirigentes do escritório da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa) no Sertão pernambucano anunciaram que o combate à desertificação no Brasil vai começar pela região da cidade de Cabrobó, a cerca de 600 km do Recife e pólo produtor de cebola às margens do Rio São Francisco. A entidade informa que o plano de revitalização para a região tem prazo de conclusão até o fim de maio. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estará na cidade dia 17 de junho, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Mundial de Combate à Desertificação, para firmar convênios que autorizam a execução do plano.
O deputado federal Edson Duarte (PV-BA), coordenador do grupo de trabalho responsável pelo acompanhamento da implantação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN) na Câmara Federal, defende a agilização das providências assinalando que "é hora do País construir algo que demonstre a sua capacidade de reverter o sério problema ambiental que já afeta cerca de 180 mil km quadrados e acarreta perdas estimadas em cerca de US$ 100 milhões".
Soluções para curto prazo
Segundo o parlamentar, há uma grande expectativa em todo o mundo sobre as soluções destinadas a recuperar as áreas degradadas do Brasil. Duarte acha que o Brasil, signatário da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca - UNCCD, pode atrair a atenção mundial por praticar políticas públicas de inclusão social da sua população mais pobre e mais afetada pelos processos de degradação do meio ambiente.
Estudos divulgados pela Embrapa mostram que o Nordeste concentra os casos mais graves de desertificação do País. Há extensas áreas dos seus territórios comprometidos por vários estágios de degradação. De acordo com dados realizados pelo pesquisador Iedo Bezerra Sá, da Embrapa Semi-Árido, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, revela que na região já são mais de 20 milhões de hectares atingidos por processos de degradação em níveis que variam de baixo, acentuado, moderado e severo.
A maior parte, cerca de 62%, está situada em uma mais intensa de deterioração ambiental. As áreas afetadas mais seriamente, contudo, estão localizadas nos núcleos de Cabrobó- PE, Gilbués (PI), Irauçuba (CE) e Seridó no Rio Grande do Norte.
Reunidos na sede regional da Embrapa, técnicos de instituições públicas federais, prefeitos municipais e representantes do Congresso e de organizações não-governamentais (ONGs) adotaram a estratégia de focar o plano de revitalização em único núcleo. "Desta forma, esperam obter uma atuação abrangente e melhor articulada evitando-se o risco de ações pulverizadas e quase sem efeito algum sobre a área atingida", explica o parlamentar baiano.
O Programa Ação Nacional de Combate à Desertificação prevê a atuação com base em quatro eixos temáticos: redução da pobreza e da desigualdade; preservação, conservação e manejo sustentável dos recursos naturais; ampliação sustentável da capacidade produtiva e gestão democrática e fortalecimento institucional. A elaboração do plano de revitalização está sob a coordenação dos pesquisadores Iedo Sá e Aderaldo Souza Silva, que também pertence aos quadros da Embrapa.

GM, 15-17/04/2005, Rede Gazeta do Brasil, p. B13

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.