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Embrapa inicia pesquisa com feijao transgenico

GM, Rede Gazeta do Brasil, p.B14
15 de Mar de 2004

Embrapa inicia pesquisa com feijão transgênico
O plantio começará hoje no campo experimental da Embrapa Arroz e Feijão, localizado em Santo Antônio de Goiás. A Embrapa já tem autorização para iniciar a pesquisa de campo com o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado, doença transmitida pela mosca-branca e considerada como o mais importante mal da cultura do feijão. A liberação da Licença de Operações para Áreas de Pesquisa (LOAP), concedida pelo Ibama, e do Registro Especial Temporário (RET), concedido pelo Ministério da Agricultura, foi anunciada hoje na sede da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O plantio começará hoje no campo experimental da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás, a 12 quilômetros de Goiânia. Durante os próximos três anos, o feijoeiro geneticamente modificado será minuciosamente avaliado nos aspectos de biossegurança alimentar e ambiental da nova linhagem pata atestar que não houve qualquer tipo de alteração – além das inseridas pelo novo gene - na cultivar modificada. O feijão transgênico vem sendo pesquisado pela Embrapa desde 1991, quando as primeiras plantas tolerantes à doença receberam fragmentos do mosaico dourado para bloquear o RNA do vírus, o que funciona como uma espécie de vacina. O vírus se reproduziu dentro da planta de forma ineficiente, tardia e com baixo índice de infecção, ou seja, continuaram com os sintomas, mas de forma fraca. O próximo passo foi desenvolver plantas totalmente imunes à doença, empregando a metodologia de transdominância letal, que consiste na introdução da proteína que replica o DNA viral (replicase) do vírus da planta. As primeiras plantas transgências foram obtidas em 1999. Durante esse tempo, a pesquisa ficou restrita a testes em casas de vegetação, onde as plantas foram expostas a moscas-brancas portadoras do mosaico dourado. Nos testes de campo, a Embrapa é obrigada a manter medidas de segurança e biossegurança para prevenir fluxo gênico, aumentar a freqüencia de rondas de vigilância para evitar o acesso de pessoas não autorizadas no local do experimento e a implementar um projeto de educação ambiental sobre o feijão geneticamente modificado. Quando o teste for concluído, a empresa terá que destruir qualquer vestígio da plantação pelo processo de autoclavagem. Entre 1999 e 2003, a empresa já desenvolveu linhagens transgênicas de feijão preto, carioca e jalo. Segundo o pesquisador Francisco Aragão, o domínio da tecnologia da transformação genética do feijão permite que genes resistentes a outras doenças sejam introduzidos e testados no produto, como o gene de resistência à seca e ao mofo branco. De acordo com o presidente do Ibama, Marcus Barroso Barros, o instituto não será obstáculo ao desenvolvimento científico e tecnológico do país, mas sempre agirá com responsabilidade e balizamento ambiental no processo de concessão de autorizações de licença (LOAP). Atualmente, o Ibama analisa 32 solicitações de pesquisa com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), a maioria relativa às culturas do milho, soja e algodão. A licença concedida hoje é a segunda obtida pela Embrapa - a primeira foi para o mamão -, que ainda aguarda autorização para os testes de campo com a batata. Em Brasília, o deputado federal Eduardo Sciarra (PFL-PR) protestou ontem contra a decisão do governo paranaense de restringir o comércio de soja transgênica no estado. Segundo ele, são grandes os prejuízos "sem precedentes" enfrentados pelos produtores paranaenses, em função das restrições ao embarque de soja no porto de Paranaguá. kicker: O feijão transgênico vem sendo pesquisado na empresa desde 1991 GM, 15/03/2004, p. B14

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