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Em visita a São Carlos, Sonia Guajajara (PSOL) chama Kátia Abreu de mentirosa

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Autor: Luã Viegas
12 de Set de 2018

A candidata a vice-presidência pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Sonia Guajajara participou de uma roda de conversa na Associação Veracidade, na Vila Prado, em São Carlos, na tarde desta quarta-feira (12). A primeira candidata indígena a compor uma chapa presidencial na história do Brasil criticou a bancada ruralista, presente no Congresso Nacional, e chamou a candidata a vice-presidência pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Kátia Abreu, de mentirosa. Além disso, defendeu a reforma agrária e a agricultura familiar. Por fim, afirmou que o povo está se alimentando de comida envenenada e resumiu a trajetória de parceria com Guilherme Boulos, candidato a presidente na chapa do PSOL.
Dividindo o protagonismo no debate com membros indígenas do Centro de Cultura Indígena e do PET Indígena Ações em Saúde, ambos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a candidata apresentou suas propostas aos militantes e simpatizantes presentes. No entanto, antes de iniciar o discurso, Sonia participou de uma dança indígena

"É uma chapa que se soma a uma série de movimentos sociais. O MTST, que é um movimento de trabalhadores e trabalhadoras do movimento sem teto, esse movimento que é liderado pelo Guilherme, e que muito me honra estar compondo essa chapa com ele. Que é essa grande liderança que se incomodou com as injustiças, que sempre quis combater essa desigualdade e fez muito essa luta a partir do movimento social. Assim como eu também fiz muito essa luta a partir do movimento, que era essa luta pelo direito dos nossos territórios", explicou Guajajara. A candidata afirmou, também, que essas bandeiras defendidas pelo partido incomodam os opositores e, por isso, membros do partido vêm sendo ameaçados. "O exemplo que a gente tem, muito claro, é a execução da Marielle. Marielle Franco foi executada exatamente por peitar esses poderosos, por enfrentar e fazer essa luta por justiça. Então esse assassinato de Marielle foi um recado para todos nós. A gente não pode deixar que nossas vozes sejam silenciadas", afirmou. Condenando o agronegócio no Brasil, Sonia defendeu o ecossocialismo, que, segundo informações no site do PSOL, é um encontro entre o socialismo e a ecologia: "Ambos defendem os valores qualitativos: o valor de uso, a satisfação das necessidades, a igualdade social, a preservação da natureza, o equilíbrio ecológico. " Além disso, criticou opositores políticos que defendem o desmatamento e a exploração de terras verdes para construir riqueza. "Eles sempre tratam a política como uma coisa que é totalmente desconectada da natureza. Desconectada dessa visão que a gente tem da ecologia, da agroecologia, da agricultura familiar e da preservação do meio ambiente. A gente faz um enfrentamento direto no Congresso Nacional contra essas medidas legislativas que são apresentadas, diariamente, pela bancada ruralista. Apoiada sempre pela bancada evangélica. Apoiada sempre pela bancada da bala. Como são as três bancadas maiores do congresso nacional, eles sempre se juntam e aprovam tudo o que querem", afirmou Guajajara. A candidata também pediu respeito aos limites da natureza e defendeu a reforma agrária no Brasil, a distribuição de terras e o incentivo a agricultura familiar. Além da descentralização de renda. Seguindo esse raciocínio, a Sonia afirmou que seria possível, além de melhorar a qualidade, reduzir o preço dos alimentos no mercado com o aumento da concorrência. Propondo um modo mais sustentável na produção de alimentos, Sonia atacou a candidata Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes na chapa presidencial do Partido Democrático Trabalhista (PDT). "Eu assisti a entrevista da própria, dita cuja, Kátia Abreu, e ela diz que o agronegócio, que o setor agropecuário não está mais desmatando, que eles estão produzindo em cima das áreas que já estão degradadas. Meu deus, mas que mentira é essa desta mulher. O desmatamento cresce a cada ano. Quando a gente olha os índices de desmatamento, só avançam", disse. Por fim, a candidata do PSOL afirmou que os alimentos que a população compra no mercado estão envenenados por conta do uso dos agrotóxicos. "Mesmo quem tem dinheiro hoje não tem condição de ter uma vida saudável, porque as condições não permitem. Principalmente pelo alimento que a gente recebe no supermercado, tudo cheio de veneno. Quando você vai buscar o alimento saudável, onde você encontra? Lá naquelas pessoas que tem um pequeno pedaço de terra", finalizou Sonia Guajajara, que saiu de São Carlos e seguiu com sua agenda do dia no município de Avaí, na região de Bauru.

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