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Em seis meses, operações contra garimpo ilegal prendem 218 pessoas e destroem 34 aeronaves na Terra Indígena Yanomami

g1 RR - https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2023/08/1
10 de Ago de 2023

Em seis meses, operações contra garimpo ilegal prendem 218 pessoas e destroem 34 aeronaves na Terra Indígena Yanomami
No total, há três operações de combate a atividade: das Forças Armadas, Ibama e Polícia Federal.

Por g1 RR - Boa Vista
10/08/2023

As operações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami prenderam 218 pessoas e destruíram 34 aeronaves em seis meses de atuação intensa contra os invasores no território. Entre as ações de repressão está a Operação Libertação da Polícia Federal, que completa seis meses nesta quinta-feira (10).

Os dados de prisão são das operações das Forças Armadas e da Polícia Federal. A Operação Ágata prendeu 131 garimpeiros, enquanto que a Libertação prendeu 87 invasores. Destas, 78 prisões foram em flagrante, 5 preventivas e 4 temporárias, segundo a PF.

Apreensões e destruições
Itens Ibama Polícia Federal Forças Armadas
Aeronave 25 9 0
Ouro 806 g 1.683 g 1.675 g
Cassiterita 36.072 kg 26.276 kg 40.000 kg
Acampamentos 336 362 385

Os dados de prisão são das operações das Forças Armadas e da Polícia Federal. A Operação Ágata prendeu 131 garimpeiros, enquanto que a Libertação prendeu 87 invasores. Destas, 78 prisões foram em flagrante, 5 preventivas e 4 temporárias, segundo a PF.

Além das prisões, a PF destruiu 9 aeronaves, já o Ibama destruiu 25. Referente as apreensões de minério, a PF apreendeu 1.683 gramas de ouro e 26.276 quilogramas de cassiterita e o Ibama 806g de ouro e 36.072g de cassiterita (veja os dados acima).

As três ações são do governo federal e, embora iniciadas em datas diferentes, são executadas em conjunto por meio de força-tarefa entre os órgãos de segurança. As Forças Armadas estimam que em seis meses de ações repressivas o impacto financeiro foi de R$ 44 milhões.

Além disso, também foram apreendidos geradores de energia, equipamentos como maquinários para extração de minérios, motosserra, mercúrio, modens de internet via satélite, celulares, além de armas.

Todas as operações de segurança ocorrem desde que o governo federal declarou situação de emergência para combater desassistência de indígenas Yanomami - impactados pelo garimpo ilegal, eles enfrentavam graves casos de malária, desnutrição e verminoses.

Além da retirada de garimpeiros e destruição da logística usada por eles, a gestão de Lula (PT) também atua em outras duas frentes: atendimento de saúde às comunidades no território, envio de alimentos às regiões impactadas pelo avanço do garimpo ilegal.

Esta atuação - de saúde e segurança, no entanto, foi criticada por organizações indígenas que representam o povo Yanomami.

"Na nossa análise, a principal crítica à estratégia adotada pelo governo para a realização das operações não é a flexibilização do controle aéreo, ou a ação reduzida nas BAPES, e sim a ausência de uma coordenação 37 , que além de garantir um maior diálogo com as organizações indígenas e as comunidades, pudesse articular ações de comando e controle, com ações de ajuda humanitária e de atenção à saúde", pontua o documento.

Por conta das fragilidades das ações, pesquisadores e lideranças responsáveis pelo levantamento listaram o que o governo federal pode fazer para melhorar a resposta no atendimento aos Yanomami (confira aqui).

Em resposta às indicações, a Secretaria de Comunicação Social da presidência disse que o governo tem atuado "desde o início da gestão, por meio dos órgãos de segurança e defesa, indígenas e da saúde, no enfrentamento à emergência, diferentemente do que ocorria nos anos anteriores."

Terra Yanomami
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente - com o aumento do desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e prejuízos para a caça e a pesca, impactando nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas na floresta.

Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública. Desde então, o governo federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território - este último tem como linha de frente o Ibama, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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