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EM SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA

A Critica-Manaus-AM
Autor: Sebastiâo Moreira
03 de Out de 2001

Amazonino manda criar a Universidade Indígena

Pelo menos 100 mil indígenas serão beneficiados com a medida, anunciada ontem. Previsão é que universidade exista em 8 meses
Cerca de 100 mil índios de 65 etnias residentes no Amazonas, Estado que concentra a maior população nativa em diversidade e densidade étnica do país e é pioneiro na criação da categoria Escola Indígena, conquistam, agora, sua própria escola de nível superior - a Universidade Estadual Indígena do Amazonas. Ontem, o governador Amazonino Mendes determinou ao presidente da Fundação Estadual de Política Indigenista (Fepi), Ademir Ramos, que inicie o projeto de criação da universidade em São Gabriel da Cachoeira. Dentro dessa estrutura, será instalado o Centro de Formação Cultural Indígena, conveniado à Universidade do Estado do Amazonas (UEA).O governador prevê que em oito meses a Universidade Indígena esteja implantada. A formalização da construção do centro de ensino superior é uma reivindicação antiga das organizações indígenas e do Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam). A distância, choque cultural e falta de estrutura financeira são as maiores dificuldades para a formação em ensino superior na capital. Hoje, nove índios das etnias ticuna, sateré-maué, oro não, tucano, macuxi, tariano, baniua e wanano freqüentam a Universidade do Amazonas. O custo pessoal para cada estudante é de R$ 230 só para as necessidades básicas, segundo estimativa do presidente do Meiam, o ticuna Osman Félix.A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), que reúne 46 associações, parabenizou o governador amazonino Mendes pelo ato da criação da universidade. O vice-presidente da Foirn, o tucano Domingo Barreto, afirmou que isto é fruto do amadurecimento e sensibilidade política do governo que está atendendo as necessidades indígenas. O líder enfatizou o crescimento do movimento indígena que reivindica e consegue avanços significativos, a exemplo da Universidade Indígena. É o fruto de anos de reivindicações, é o resultado que todos nós esperávamos, comemorou.A formação escolar dos índios amazonenses é a primeira ação educacional do País promovida e financiada por um governo estadual. O Amazonas executa o Projeto Pira-Yawara, da Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc). O Conselho Estadual de Educação Indígena, criado no segundo mandato do governador Amazonino Mendes, em 1998, já formou mais de mil professores de diversas etnias em Magistério Indígena. O governo do Estado já publicou mais de 16 livros didáticos/bilíngües escritos por professores das comunidades, que narram o cotidiano, fábulas e mitos de cada povo.O governo do Estado possui 600 escolas indígenas que atendem a mais de 34 mil índios em educação infantil, alfabetização, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos. As aulas são dadas na língua mãe e no português, obedecendo ao universo cultural e mítico das comunidades indígenas. Trinta e oito por cento das escolas indígenas existentes no Brasil estão localizadas no Amazonas e 64% delas na Região Norte.

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