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Em meio a conflito, os Guarani-Kaiowá mantêm retomadas de fazendas no Mato Grosso do Sul

Amazônia Real- http://amazoniareal.com.br
Autor: Kátia Brasil, Fábio Pontes e Elaíze Farias
16 de Jun de 2016

O ataque com armas de fogo de fazendeiros e pistoleiros contra os índios Guarani-Kaiowá, em Caarapó, no sudoeste do Mato Grosso do Sul, não fez os indígenas desistirem da retomada da fazenda Yvu, onde aconteceu o conflito na terça-feira (14), e de outras propriedades que estão dentro dos limites da Terra Indígena (TI) Dourados-Amambaipeguá 1. No ataque, um índio foi morto e outros cinco ficaram feridos por disparos de tiros. Segundo o Hospital da Vida, em Dourados, três dos feridos passaram por cirurgia para retirada de balas. O quadro de saúde deles é estável.

O porta-voz dos Guarani-Kaiowá, professor Élson Canteiro Gomes disse que há 40 anos o seu povo reivindica a área onde está a fazenda Yvu como sendo de ocupação tradicional. Na fazenda, que fica nos limites da aldeia Te'yikue, será enterrado nesta quinta-feira (16) o corpo do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos. Até o momento a Polícia Federal não prendeu suspeitos pelos crimes.

"Nesse exato momento a gente está aqui [na fazenda Yvu] e necessitando de segurança no local porque a gente não confia nas pessoas. Depois que a Polícia Federal ouviu os fazendeiros, não sabemos qual é a posição da Polícia Federal. Mas a gente disse para a polícia: não vamos sair pois estamos no nosso território tradicional. Vamos retomar outras fazendas", afirmou Gomes, em entrevista por telefone, à Amazônia Real. A nova retomada dos indígenas é na fazenda Novilho, que fica também dentro da reserva.

O conflito com os Guarani-Kaiowá explodiu um mês depois que a Fundação Nacional do Índio (Funai) reconheceu a TI Dourados-Amambaipeguá 1, com 55.590 hectares, em 12 de maio, dia em que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi afastada do cargo para responder o processo de impeachment que tramita no Senado Federal.

No processo de demarcação de terras indígenas há mais duas fases: a declaração dos limites (a cargo do ministro da Justiça) e a homologação da demarcação, a cargo da Presidência da República. Mas os indígenas estão temerosos com uma possível revisão dos atos no governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), daí a tensão em todo o país.

Procurado, o Sindicato Rural de Caarapó disse que a fazenda Yvu , retomada pelos Guarani-Kaiowá, é de propriedade de Nelson Buanin, mas ele não seria associado da entidade. A reportagem não localizou o fazendeiro para falar sobre o conflito. Os Guarani-Kaiowá acusam outro fazendeiro, identificado como "Virgílio", e um pistoleiro chamado de "Camacho" como autores dos crimes.

A fazenda Yvu está localizada a 20 km da sede de Caarapó, município onde vivem cerca de 28,4 mil pessoas (segundo o IBGE) e localizado a 268 km da capital Campo Grande; Caarapó é vizinho a Dourados.

Nesta quarta-feira (16), o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, autorizou o envio de uma tropa da Força Nacional para reforçar a segurança em Caarapó devido ao ataque contra os indígenas Guarani-Kaiowá. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, o envio da tropa atende a um pedido do governador do Mato Grosso Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). "O ministro determinou rigorosa apuração dos crimes e que a Força Nacional auxilie as Polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal para restabelecer a ordem pública e preservar a incolumidade das pessoas e do patrimônio", diz nota.

A retomada do território

Testemunha do ataque dos fazendeiros, o porta-voz dos Guarani-Kaiowá, o professor Élson Canteiro Gomes, 28 anos, contou à reportagem como aconteceu a retomada do território tradicional localizado na fazenda Yvu, que é chamada pelo índios de Toropaso. A fazenda fica dentro dos limites da TI Dourados-Amambaipeguá 1, que compreende parte dos municípios de Laguna Caarapã, Amambai e Caarapó, região de produção de gado e soja.

"No domingo (12 de junho), por voltas das 6 horas da tarde, retomamos nosso território. Éramos mais ou menos 300 pessoas. A gente entrou e ocupou a fazenda. Depois acionamos a segurança da Polícia Federal. Só veio no dia seguinte (13). A ocupação faz parte da retomada do nosso território invadido por fazendeiros. A Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá 1 foi identificada pela Funai. O nosso objetivo é retomar o nosso território enquanto a gente pode, enquanto a gente tem tempo", disse.

Gomes disse que os Guarani-Kaiowá temem que no governo do presidente interino Michel Temer o ato da identificação da terra seja revisado, prejudicando a demarcação da terra. "É nosso direito constitucional. Estamos preocupados com o Marco Temporal [Acórdão no. 3.388 do STF, leia], que sendo aplicado pela Justiça do Mato Grosso do Sul pode paralisar as demarcações das terras. Também estamos contestando a paralisação do GT [Grupo de Trabalho ] pela Funai, que faz a demarcação. Nossa preocupação é que a nova diretoria territorial da Funai conteste e revogue o nosso território neste governo. A reserva é o nosso futuro", disse Gomes.

O porta-voz dos Guarani-Kaiowá afirmou que os fazendeiros invadiram a terra indígena Dourados-Amambaipeguá 1 há mais de 40 anos. "Então, nesses anos fomos expulsos, fomos torturados, fomos massacrados. Na verdade, o governo brasileiro não tem o mínimo de compromisso de cumprir a lei. Da forma como a gente entende o próprio governo é responsável pelo genocídio dos Guarani-Kaiowá. Toda vez que a gente faz a retomada acontece uma tragédia com nós", ressalta.

PF esteve na fazenda

O professor Élson Canteiro Gomes disse que após a ocupação da fazenda Yvu, os Guarani-Kaiowá avisaram à Polícia Federal. "Acionamos a segurança da Polícia Federal. Ela só veio no dia seguinte, na segunda-feira, dia 13 de junho", afirmou.

"A Polícia Federal chegou para dialogar. Eles [os agentes] estavam numa viatura só, eram dois policiais. O fazendeiro Virgílio veio também. Ele estava no carro, uma caminhonete Hilux. Tinha também as polícias Civil e Militar", disse Gomes.

O porta-voz dos Guarani-Kaiowá relatou que as lideranças pediram para que a Polícia Federal levasse os representantes da Funai até a fazenda. "Pedimos que a Funai viesse aqui para fazer a retirada dos pertences do fazendeiro Virgílio. Demos um prazo de 24 horas. Depois que dialogamos com a Polícia Federal, eles foram embora do local da retomada."

Gomes contou que um grupo de fazendeiros ficou a três mil metros de distância da fazenda ocupada. "Na minha avaliação eles estavam planejando algo. Não sabemos se a Polícia Federal estava junto com os fazendeiros. Eles se agruparam mais ou menos em 70 carros. Eles ficaram cinco horas parados."

O ataque inesperado

Élson Gomes disse que na terça-feira (14), por volta das 7 horas da manhã, recebeu uma informação por telefone de que os produtores rurais estavam se organizando no Sindicato Rural de Caarapó, que fica a 20 quilômetros da fazenda Yvu. "Eles iriam vir aqui na fazenda entender a situação, foi o que me disseram."

"Quando foi mais ou menos oito horas da manhã chegaram dois grandes grupos. Eles entraram na fazenda em duas posições diferentes. A gente não percebeu a presença de policiais. Eles estavam em 150 carros. Tinha muitos fazendeiros, todos com máscara (touca) de ninja preto. Tinham arma pesada. Eles cortaram o arame da cerca da fazenda para entrar na sede. Começaram a dar sinais com tiros, outros com fogos [de artifício]. E começou o ataque com arma de fogo, tinha arma de borracha também. O ataque foi muito intenso", afirmou o porta-voz dos Guarani-Kaiowá.

Como morreu Clodiodi

O professor Élson Canteiro Gomes contou como o agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi assassinado, e outros cinco índios ficaram feridos.

"Muitos parentes entraram para dentro da reserva [área de mata fechada], mesmo assim foram atingidos. Outros foram atingidos por balas de borracha. Um dos grupos indígenas que estava muito distante da sede [da fazenda Yvu], como o Clodiodi, foi atingido. Ele levou um tiro de um homem com máscara que estava dentro de um trator. Clodiodi ainda conseguiu correr em direção à reserva, mas levou outro tiro. Os outros, as crianças inclusive, já foram atingidas quando corriam para dentro da reserva. Eu não fui atingido porque eu corri em direção à fazenda, onde estava o meu filho. Não foi o meu dia de morrer", detalhou ele.

As armas retidas

A reportagem perguntou ao porta-voz dos Guarani-Kaiowá sobre as armas que a Polícia Federal diz ter apreendido com os indígenas: duas pistolas e uma espingarda. Para apreender as armas a Polícia Rodoviária Federal fechou a estrada que dá acesso à fazenda Yvu.

Essas armas, segundo a PF, seriam de três policiais militares que foram supostamente "torturados" pelos índios durante o conflito. O professor Élson Gomes negou as acusações.

"Na retomada não aconteceu isso, nada disso é verdade. Não ficamos com armas. Nós temos vídeos contando o que aconteceu durante o ataque. A polícia usa isso para distorcer o fato que aconteceu, para dizer que eles são inocentes e nós somos invasores e tudo mais. Eles não divulgaram que os fazendeiros queimaram os barracos, destruíram nossa alimentação, nossas roupas. Destruíram várias motocicletas nossas, queimaram e enterraram num buraco. Eles estavam muito bem organizados. O presidente do sindicato, Antônio Maran, está envolvido nisso; todos os fazendeiros da região também", afirmou a liderança.

A sentença de morte

"Quantas mortes o governo brasileiro quer para demarcar o território Guarani-Kaiowá?", questiona Élson Canteiro Gomes, que completa:

"No nosso povo, na nossa cultura, nós não somos destruidores da natureza e nem do mundo. Nós só queremos aquilo que nos pertence. Há mais de 500 anos nós estamos pisando nesta terra."

"E essa gente parte o coração da terra. Dói na nossa alma quando perdemos um parente. A gente não vê a Justiça acontecer. Diante disso, o último caminho e solução é o povo indígena fazer a retomada do nosso território para garantir nossos direitos. O povo Guarani-Kaiowá decidiu. Por que o governo não dá logo a nossa sentença de morte, começando pelas crianças? Aqui não temos mais futuro", afirmou Élson Canteiro Gomes.

Feridos têm balas no corpo

A Amazônia Real procurou o enfermeiro Genivaldo Dias da Silva, superintendente em exercício do Hospital da Vida, em Dourados (MS). Ele disse que na unidade estão internados cinco indígenas que foram feridos no ataque dentro da fazenda Yvu. Dias informou que três deram entrada no hospital em estado grave.

Após cirurgias, segundo Genivaldo Dias, o estado de saúde deles é estável. Entre os índios Guarani-Kaiowá feridos estão:

Josiel Benites, 12 anos, que passou por uma cirurgia na barriga. Ele recebeu um tiro que lesionou o estômago, o intestino e os rins do menino; seu estado é estável.

Valdilho Garcia, 26 anos, que foi atingido com um tiro no tórax. Precisou passar por uma drenagem torácica, e não corre risco de morte.

Jesus de Souza, de 29 anos, que também atingido na barriga, sofreu lesões no estômago, fígado e baço. Está estável.

Libésio Marques, 43 anos, que foi ferido na cabeça, tórax, ombro e barriga. Segundo o hospital, ele não precisou passar por intervenção cirúrgica.

Norivaldo Mendes, de 37 anos, que foi atingido por tiro no peito, mas não passou por cirurgia.

No Hospital Beneficente São Mateus, em Caarapó, foi atendida Catalina Rodrigues de Souza, de 50 anos. Ela teve o braço atingido de raspão por um dos tiros e recebeu alta ainda na terça.

O superintendente do hospital afirmou que, dos cinco índios hospitalizados, dois ainda estão com balas alojadas no corpo: Norivaldo e Libésio.

Dias da Silva declarou que nesta quarta-feira (15), o Hospital da Vida recebeu representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal (MPF) para acompanhar o atendimento prestado aos indígenas. A unidade receberia ainda a visita de integrantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Genivaldo Silva estranhou a ausência da Polícia Federal para dar segurança aos indígenas hospitalizados, já que é tenso o clima na região. "Este fato [ausência da PF] nos deixou bastante intrigados por não ter policiamento no hospital", afirmou. A PM também não faz a proteção no local, completou o superintendente.

Sindicato se contradiz

A Amazônia Real procurou o Sindicato Rural de Caarapó. A diretoria disse que Antônio Umberto Maran não é mais presidente da entidade, mas não divulgou o nome do atual responsável. Disse que o proprietário da fazenda Yvu é Nelson Buanin, mas ele não era associado.

Segundo a nota da entidade, distribuída no domingo (12) para a imprensa e despachada também para a reportagem, o fazendeiro Buanin informou ao sindicato que um funcionário da fazenda tinha sido rendido pelos índios.

"No dia 14, Nelson Buanin locomoveu-se de Campo Grande, onde mora, para sua propriedade, que é vizinha à reserva Tey'Kuê. Ao chegar a Caarapó, Nelson pediu apoio a alguns produtores no intuito de se mobilizarem até a sua propriedade. A intenção era inibir a presença dos poucos índios que haviam na fazenda", disse a nota.

O Sindicato Rural negou que membros da diretoria tivessem alguma participação no conflito. "O sindicato não mobilizou e não coordenou nenhum ato. A ação de defesa e apoio ao companheiro [Nelson] foi um ato voluntário", informa em nota.

No entanto, o Sindicato Rural entra em contradição ao dizer que no vídeo, que circula na internet e mostra o momento do ataque dos fazendeiros contra os índios Guarani-Kaiowá, os fogos de artifício "foram utilizados para dispersá-los" diz a nota, que defende os produtores.

O sindicato também listou os equipamentos do fazendeiro supostamente destruídos pelos indígenas. "No momento, o resultado e fatos concretos são: uma carreta (com uma colheitadeira na prancha) inteiramente queimada, uma viatura policial destruída (queimada)", diz.

Por último, o sindicato fala sobre a suposta tortura sofrida por policias militares. "Três policiais militares torturados e a invasão de quatro propriedades no entorno da aldeia, onde os proprietários e moradores tiveram que sair corridos, perseguidos pelos indígenas. Lamentamos o clima de tensão, uma vez que os produtores dessa região sempre tiveram bom relacionamento e boa convivência com os indígenas - inclusive, são doadores de gado para as festas tradicionais indígenas que acontecem na reserva", diz a nota.

A Amazônia Real enviou perguntas para a Polícia Federal sobre a suposta violência contra os policiais militares e sobre as armas apreendidas com os índios Guarani-Kaiowá, mas o órgão não respondeu. A PF também não informou sobre a abertura de inquérito para investigar o conflito, que resultou na morte do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza. Também não divulgou fotos e vídeos sobre a retomada das armas com os índios. E nem os nomes dos indígenas que estariam com as armas.

Entenda os conflitos

Os Guarani-Kaiowá aguardavam a definição do processo da demarcação de suas terras desde 2013. O reconhecimento da Terra Indígena Dourados-Amambai peguá 1 foi um dos últimos atos do então presidente da Funai, João Pedro Gonçalves, que foi exonerado este mês.

A publicação do despacho do estudo circunstanciado é a última fase da demarcação antes da homologação de uma terra indígena, que só pode ser assinada pela Presidência da República. Ou seja, o processo agora está nas mãos do presidente interino Michel Temer.

Em permanente luta para regularização de suas terras, os Guarani-Kaiowá são alvo constante de violações e ataques de fazendeiros, muitos dos quais resultam em pessoas feridas e assassinatos no Mato Grosso do Sul.

Em 2014, segundo relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), foram mortos 25 indígenas Guarani-Kaiowá, Guarani-Chiripá, Guarani-Nhandeva, Kadiwéu e Terena no estado. Em 2015, foi assassinado Semião Fernandes Vilhalva, um guarani-kaiowá de 24 anos, no município de Antônio João, em Mato Grosso do Sul.

Já o relatório da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculado ao Ministério da Saúde, diz que foram assassinados 41 indígenas, mas não cita as etnias do Mato Grosso do Sul. Em todo o Brasil, naquele mesmo ano, foram mortos 138 indígenas.

Os ataques e tentativas de intimidação contra os territórios ocorrem periodicamente. Um dos mais recentes aconteceu em janeiro deste ano, quando fazendeiros pulverizaram agrotóxico nos cursos d´água e nos roçados de uma aldeia Guarani-Kaiowá, conforme denunciou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

O antropólogo Spency Pimentel, que trabalha com os Guarani-Kaiowá há vários anos, relatou em um artigo de 2012, publicado na revista "Carta Capital" que "o poder econômico e político dessa elite local, fortemente associada ao capital transnacional que financia o agronegócio, protelou ao máximo o processo de demarcação das terras indígenas na região".

Pimentel diz que "desde que o movimento indígena Aty Guasu passou a organizar ocupações de terra como estratégia para pressionar o estado brasileiro a agir na região, em meados dos anos 1980, a Fundação Nacional do Índio sempre agiu de forma pontual, sem buscar uma solução estrutural para os conflitos".

Segundo o censo do IBGE, a população Guarani-Kaiowá é a segunda maior do país, com 43 mil pessoas, ficando atrás apenas do povo Tikuna, que habita o Amazonas. No entanto, os Guarani-Kaiowá ocupam apenas 30 mil hectares de suas terras tradicionais, segundo dados do Cimi. Seu território tradicional é denominado pelos Guarani-Kaiowá de Tekoha, que significa tanto o espaço físico e ao mesmo tempo o "modo de vida guarani".

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