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Em Mâncio Lima (AC), povo Puyanawa celebra Dia dos Povos Indígenas

G1 AC - g1.globo.com/ac
Autor: G1 AC
19 de Abr de 2022

https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2022/04/19/em-mancio-lima-ac-povo-…

Evento ocorreu nesta terça-feira (19) com muita dança, festa e tradição.

O povo Puyanawa, que fica no município acreano de Mâncio Lima, interior do Acre, celebrou o Dia dos Povos Indígenas com muita festa, dança e canto. A data é considerada um dia de celebração e luta para todos os indígenas. Na Aldeia Puyanawa, crianças, jovens e adultos dançaram, cantaram e valorizaram a cultura milenar de seu povo.

Joel Puyanawa, cacique da Aldeia Puyanawa, comemorou que após mais de dois anos, devido à pandemia de Cvid-19, foi possível que o povo se reunisse para festejar uma data tão importante.

"Estamos retomando COM a nossa festa. Essa é a primeira para começar as muitas que terão pela frente. Ver meu povo com alegria para celebrar a vida e a natureza, anunciar a Deus a dádiva da vida em podermos estar aqui com saúde depois de tudo o que passamos com nossas perdas. Estamos aqui para comemorar a vida e a saúde que Deus tem nos dado neste dia tão importante. Hoje estamos aqui para apresentar nossa cultura, tradição ao nosso povo e a todas as pessoas que vão chegar."

Ele falou que ainda que os indígenas estão muito felizes com o retorno das atividades e que o dia foi todo dedicado a eles.

"As atividades hoje são só festa, só festa mesmo para a gente ver como está o nosso físico, para a gente cantar, para a gente só dançar. Hoje é um dia para festejarmos nossa história, cultura e tradição. Vocês podem ver que tem muito jovens e crianças envolvidos. Estamos aqui transmitindo esse ensinamento, esse conhecimento milenar histórico para essa juventude que será o futuro."

O cacique disse ainda que a data também marca a luta pela sobrevivência dos povos indígenas.

"Sobreviver aqui na Terra, na nossa comunidade sem explorar, sem queimar, sem destruir. Esse é o desafio, lutar para a gente, ter nossa plantação, a nossa medicina para podermos cuidar da terra, das águas, da floresta e tudo aquilo que almejamos. A gente quer viver com sabedoria, mas com harmonia com a natureza", complementou.

A estudante e artesã da aldeia Carol Puyanawa, de 22 Anos, disse que a data serve como um resgate da cultura dos povos, principalmente dos Puyanauwas.

"Sou artesão e faço de tudo um pouco, tudo isso aqui que estamos usando sou eu que faço. Também sou estudante de agroecologia pelo Ifac. Para nós é muito importante essa data, não especialmente pelo Dia do Índio, mas pelo resgate cultural do povo Puyawaua, porque é uma cultura que estava se apagando aos poucos", disse.

Ela falou ainda que é muito importante que os mais novos tentem resgatar a cultura para que não seja esquecido pelas próximas gerações.

"Esse festival serve para isso, eu tenho 22 anos eu peguei muito pouco do que os nossos antigos deixaram, a geração do cacique, da minha mãe pegou um pouco mais. Hoje a gente tem registro de como eles cantavam e falavam e através disso a gente tem aprendido e vai ter como repassar para as futuras gerações", afirmou.

Casa de artesanato
O cacique Joel Puyanawa comemorou a construção de Casa do Artesanato do Povo Puyanawa.

"Estive ontem [segunda, 18] com o governador Gladson Cameli lá nos Katukinas. Ele reafirmou o convênio da construção da Casa do Artesanato. Vamos cuidar das informações burocráticas até o momento da realização e construção da casa. Essa casa vai trazer para nós um grande benefício. Tenho mais 52 artesãos na comunidade, nosso artesanato está pulverizado hoje em cada casa. Não temos um local ainda referencial, essa casa é para referenciar e também ter os implementos para confeccionarmos nosso artesanato", afirmou.

O líder indígena disse ainda que a casa vai ser de grande importância para o sustento das famílias que moram na aldeia.

"É uma renda para cada família. É uma permissão concedida por nós para cada um fazer ali a sua venda. Desde que isso venha do entendimento, eu, como cacique, saber de tudo o que está acontecendo, quem está comprando, o que cada arte é, o que cada nome tem."

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