A Crítica
Autor: Antônio Paulo
28 de Nov de 2007
O Ministério da Saúde vai decretar até o final desta semana intervenção na Coordenação Regional da Funasa no Estado do Amazonas. Em contrapartida, os índios vão deixar, nas próximas horas, a sede da fundação em Manaus, ocupada pelo movimento indígena há 15 dias.
O impasse chegou ao fim depois de uma audiência de quase três horas realizada ontem entre o ministro José Gomes Temporão e as principais lideranças indígenas, com a presença do presidente da Funasa, Danilo Bastos Fortes, o senador João Pedro (PT-AM) e o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.
A portaria com o nome do novo interventor deve sair até a próxima sexta-feira. "Vamos escolher uma pessoa que seja da área de saúde sem nenhum envolvimento com a política local, declarou o ministro Temporão.
No prazo de 45 ou 60 dias, a junta interventora apresentará um relatório propondo as mudanças estruturais na assistência à saúde das populações indígenas do Amazonas pelas Casas de Apoio (Casais); poderá rever a portaria ministerial 2657/07 - que regulamenta os recursos à atenção básica aos indígenas, repassados às prefeituras - e analisar as demais reivindicações do movimento indígena.
Com a intervenção, cai não somente a atual coordenadora da Funasa/AM como também os chefes dos sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) localizados Amazonas.
Em nome das lideranças indígenas, Sílvio Tucano, de São Gabriel da Cachoeira, expôs as reivindicações do movimento. Em cinco tópicos, pediu a revisão da portaria ministerial 2656/07, a da municipalização da saúde indígena; solicitou a exoneração imediata do presidente da fundação, Danilo Bastos Fortes, diretores e assessores do órgão. E, como condição inegociável, a exoneração da atual coordenadora regional, Margarete Eulálio.
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