Eletronorte reúne com tuxauas para acertar recuperação de área degradada

Indígenas reunidos com a direção da Eletronorte em Roraima na manhã de ontem

Dirigentes da Eletronorte reuniram-se ontem com mais de dez lideranças indígenas da reserva São Marcos. O objetivo do encontro era acertar detalhes, para o início do processo de recuperação das áreas degradadas por conta da construção das torres das linhas de transmissão de energia elétrica entre Brasil/Venezuela.

A reunião teve como finalidade, tirar eventuais dúvidas das comunidades que estavam condicionando a implantação do PRAD (Plano de Recuperação das Áreas Degradadas) à renovação do convênio com Adawa (Associação de Apoio aos Waimiri Atroari), entidade responsável pelo programa São Marcos.

O plano de recuperação resgata a credibilidade, o compromisso e a responsabilidade social da Eletronorte com a sociedade roraimense. O gerente Joaquim Beck, explicou que a mão-de-obra a ser utilizada na recuperação da reserva São Marcos, será toda indígena, como forma de valorizar a comunidade e gerar emprego, ainda que temporariamente, para os moradores da região.

O gerente esclareceu aos tuxauas que, qualquer embargo por parte das comunidades para a não implantação do plano, "o prejuízo maior será para o meio ambiente, porque as erosões pioram a cada dia".

Para ele, a renovação do convênio não deve ser atrelada à implementação do PRAD. Apesar de ter esse entendimento, Beck entrou em contato com o diretor de engenharia da Eletronorte, Israel Bayma, para dirimir as dúvidas que existiam. Ele assegurou que o convênio será renovado na próxima semana.

"Quero tranqüiliza-los com relação ao nosso compromisso. A renovação compreende R$ 700 mil até o mês de dezembro. Reafirmo a contratação e não poderia ser diferente, porque esse é um compromisso da Eletronorte. Não vamos parar esse contrato com vocês. A Eletronorte vai manter sua contribuição permanentemente com as comunidades", disse Bayma através de telefone por satélite.

Apesar dos obstáculos, os tuxauas são unânimes em admitir a necessidade da recuperação. "Reconhecemos que é preciso a manutenção da rede por causa do risco que corre a população em geral", disse o tuxaua da Maloca de Sorocaima 2, Galdino Pereira.

Joaquim Beck fez questão de frisar que a Eletronorte é um dos parceiros da comunidade de São Marcos e que as lideranças indígenas devem cobrar mais atuação de outros organismos governamentais, como a própria Funai (Fundação Nacional do Índio), que é o órgão tutor dos índios, e até do Estado, através da Secretaria Estadual do Índio.

Após ouvirem da Diretoria de Engenharia a posição da estatal, os líderes indígenas resolveram marcar outra reunião para dizer qual é a posição das comunidades. A reunião com os tuxauas foi acompanhada por um técnico do setor de meio ambiente da Eletronorte, Carlison Aguiar Silva.