Eletronorte confirma linhão para levar energia ao Oiapoque (AP)

Um sobrevôo feito de Macapá ao Oiapoque representou o marco inicial para a interligação do extremo norte do Estado ao sistema de energia elétrica da Eletronorte. O engenheiro João Neves, superintendente de planejamento da empresa em Brasília, acompanhado do gerente regional do Amapá, Antonio Pardauil e do diretor técnico da CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá), Marcos Costa Rodrigues, sobrevoaram a área com o objetivo de fazer uma avaliação técnica da viabilidade de levar o linhão de energia ao Oiapoque. "O linhão já se encontra em Calçoene e o sobrevôo foi para conhecer com deta-lhes a topografia da região, as facilidades ou dificuldades que a Eletronorte terá para levar o linhão que neste trecho tem ca-racterísticas específicas, porque vai servir tanto para levar energia ao Oiapoque, assim como viabilizar todos os empreendimentos de pequenas centrais hidrelétricas - PCHs - ao norte do Estado. Esta linha será a total integração do norte com o restante do Estado até o fim do Governo Lula", afirmou Pardauil, gerente regional da Eletronorte.

O sobrevôo foi o primeiro passo para a Eletronorte intensificar os estudos técnicos e orçamentários do linhão ao Município de Oiapoque, com duas alternativas de traçado: um atravessaria as reservas indígenas da região, mas o objetivo é que o linhão acompanhe a rodovia que já corta a área indígena, o que minimizaria os impactos ambientais. Em Oiapoque, os técnicos conversaram com o prefeito em exercício e vereadores, entre os quais, um representante da comunidade indígena. Durante o encontro o gerente regional reafirmou o compromisso da Eletronorte de discutir com a sociedade amazônica, principalmente com os povos indígenas, qualquer solução técnica para que todas as comunidades usufruam da energia elétrica sem nenhum prejuízo ambiental ou social.

Há 17 dias foi realizada uma visita técnica a Monte Dourado e à Cachoeira de Santo Antonio, no sul do Estado, para maior conhecimento do projeto da Cadam (Caulim da Amazônia) e verificação do potencial energético da região. Segundo a direção da Eletronorte, a idéia é fazer uma parceria com o Grupo Jari para viabilizar o aproveitamento da cachoeira e o linhão interligando Santana à Usina de Santo Antônio, atendendo Laranjal e Vitória do Jari com confiabilidade. Com essa medida dará para atender às comunidades ao longo da linha de transmissão de energia, via fonte convencional, através de um rebaixamento do li-nhão, com uma subestação próxima a Maracá e a partir deste ponto implantar as linhas rurais. O sul do Estado deverá ter energia da Eletronorte até o fim de 2005.

Providências - O senador José Sarney faz gestões junto ao Ministério de Minas e Energia para que a Eletronorte venha a ser participante da construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, no sentido de que a empresa, quando do funcionamento do empreendimento, venda a energia elétrica que sobrar do fornecimento às empresas localizadas na Região do Jari. As gestões do pre-sidente do senado é diante da avaliação técnica de que em 2006 a geração e transmissão de energia elétrica ora existentes no Amapá não serão mais suficientes para atencer à demanda, de maneira que será obrigada a aplicação de racionamento. Para impedir o problema em 2006, serão precisos pesados investimentos em geração e distribuição de energia, particularmente nas áreas em que as comunidades são mais distantes e o investimento tem de obedecer padrões tari-fários sociais e não-empresariais.