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Elétrica chinesa mira carências do mercado brasileiro

FSP, Mercado, p. B20
10 de Nov de 2012

Elétrica chinesa mira carências do mercado brasileiro
Maior companhia do setor elétrico do mundo quer vender ao Brasil tecnologia desenvolvida na China
Com 1 bilhão de clientes na China, State Grid busca parcerias no Brasil para também ser uma gigante no país

Agnaldo Brito

A maior companhia do setor elétrico do mundo, a chinesa State Grid, está de olho no linhão que conectará a usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), ao mercado paulista.
O projeto terá investimentos superiores a R$ 10 bilhões e poderá ser a primeira linha de transmissão de energia no Brasil com tensão de 800 kV (quilovolts), infraestrutura capaz de transportar energia por longas distâncias com baixo nível de perdas.
A chinesa aposta no fato de que já tem experiência com esse tipo de redes, uma vez que o sistema elétrico na China também tem que transportar energia em longas distâncias. A empresa controla um mercado de 1 bilhão de clientes em seu país de origem.
O primeiro movimento no Brasil foi destinar para a holding brasileira -com sede no Rio- US$ 5 bilhões para aquisições. Cai Hongxian, presidente da State Grid Brazil, diz que pode ser só o começo.
Em pouco mais de dois anos, a chinesa já adquiriu de empresas espanholas 5.900 quilômetros de linhas de transmissão e montou em tempo recorde no centro do Rio uma sede administrativa e operacional da companhia.
Com a estatal paranaense Copel, arrematou o projeto da linha de transmissão da usina hidrelétrica de Teles Pires.
Fora da China, o Brasil é o primeiro país em que a State Grid faz uma aposta de peso, embora tenha negócios nas Filipinas e em Portugal.
Em nenhum desses mercados, a companhia tem a perspectiva de expansão prevista no Brasil. Em 15 anos, o país terá de dobrar a atual capacidade de geração de energia, hoje em 117 GW. A maior parte dessa expansão ocorrerá na região amazônica, a última fronteira hidrelétrica disponível no Brasil.
Essa peculiaridade brasileira exigirá, como já ocorre na China, redes de transmissão que cortam centenas de quilômetros de território. São essas infraestruturas que permitem que a energia percorra mais de 2.000 km até as áreas de maior consumo.
A China decidiu transportar energia em vez de carvão para térmicas instaladas próximas aos grandes centros.
Com investimentos superiores a US$ 500 bilhões nos últimos oito anos, a State Grid construiu e opera linhas de transmissão de alta-tensão, acima de 1.000 kV (quilovolts). O linhão com mais alta-tensão no Brasil é o circuito de 750 kV que liga Itaipu a São Paulo.
Energia renovável
A China tem 1.056 mil GW de capacidade de geração de energia, nove vezes mais que a do Brasil. Hoje, 72,5% da eletricidade chinesa vem da queima do carvão. O país quer investir agora em usinas eólicas e solares.

FSP, 10/11/2012, Mercado, p. B20

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/77145-eletrica-chinesa-mira-ca…

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