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Economia e controle do uso da agua traz lucro as empresas

GM, Nacional, p.A7
06 de Jun de 2005

Economia e controle do uso da água traz lucro às empresas
Pouco a pouco, a racionalização da água está passando a ser um ponto importante nas metas das empresas brasileiras. Há um motivo muito simples para isso: elas constataram que poderiam economizar e até ganhar com o seu controle. "A preocupação com o destino da água está cada vez mais presente nas empresas", diz André Glogowski, presidente da Construtora Hocthief. "Nós já fizemos pelo menos dez prédios nos últimos quatro anos em que houve implantação de novos métodos para economizar água."
Um dos projetos mais vistosos de racionalização de água foi implantado pelo BankBoston em sua nova sede, na zona sul de São Paulo. "É um projeto que permite o reuso da água que acaba se destinando ao jardim. Além disso, também há a coleta de água da chuva, o que contribui visivelmente para que se tenha uma grande economia", observa Glogowski.
Uma das evidências do interesse de empresas e condomínios em relação a água está na crescente procura por projetos que incluam sua racionalização. Só a H2C, consultoria especializada em programas para uso racional da água, já desenvolveu mais de 200 projetos no País.
Mas, como implantar um projeto de racionalização de água sem precisar desembolsar uma fortuna? Paulo Costa, diretor comercial da H2C, responde a pergunta citando o exemplo do Unibanco. A instituição reformou todas as áreas sanitárias de sua sede administrativa, em São Paulo. No total, 202 bacias de alto consumo (14 litros por acionamento) foram trocadas por outras, de baixo consumo (seis litros por descarga). Torneiras convencionais foram substituídas por automáticas. Válvulas de descarga passaram por revisão e 114 válvulas automáticas de mictório foram instaladas.
Paralelamente à reforma, o Unibanco promoveu uma campanha de conscientização do uso racional da água entre seus funcionários. O investimento no projeto foi de R$ 70 mil. Hoje, o Unibanco está economizando R$ 50 mil na conta de água todo mês. O projeto gerou economia de mais de 2 milhões de litros de água por mês ao Unibanco, volume suficiente para abastecer uma cidade de 30 mil habitantes. Em termos financeiros, a economia equivale a mais de R$ 350 mil por ano. Uma surpresa em relação ao projeto diz respeito ao prazo de retorno de investimento. Inicialmente previsto para 60 dias, alcançou o ponto de equilíbrio em 42 dias.
O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, também entrou na onda da racionalização da água e aderiu a um modelo que resultou numa economia de R$ 25 mil por mês na conta, no período de agosto de 2003 e agosto de 2004. Com investimentos de mais de R$ 200 mil, o Einstein substituiu 650 bacias de alto consumo por peças que consomem seis litros por descarga - menos da metade da anterior. "As bacias sanitárias são as grandes responsáveis pelo controle do consumo", diz o presidente da H2C. Vasos antigos consomem entre 12 e 15 litros por descarga.
Além da troca de bacias, o projeto do Einstein incluiu a substituição de redutores de vazão para chuveiros. "Fizemos ajustes de pressão nas redes de água, trocamos um chiller (resfriador de água para ar condicionado), o que reduziu o consumo de água em razão de um melhor rendimento mecânico e do aproveitamento de parte do calor de evaporação", diz Fábio Souza, engenheiro mecânico do Einstein.
A reforma também atingiu as caldeiras do hospital. "Instalamos um mecanismo que permite um melhor aproveitamento da água de retorno do vapor condensado das caldeiras, de forma que parte da água do condensado é aproveitada", diz Souza.
A unanimidade em torno do problema dos excessos de desperdício pelos vasos sanitários fez nascer um acordo entre as indústrias, que disseminaram um modelo mais econômico. O acordo estabeleceu que, a partir de 2003, os vasos sanitários seriam projetados para consumir 6 litros por descarga. Isso pode ser constatado na tampa dos vasos que vêm com a indicação 6LPF, que quer dizer 6 Litros por Função.
kicker: Na sede administrativa do Unibanco, em São Paulo, o uso racional da água gerou uma economia de mais de R$ 350 mil por ano

GM, 06/06/2005, p. A7

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