VOLTAR

Durante o Kuarup, ministro Thomaz Bastos faz promessa às tribos.

Noticias ANAI
19 de Ago de 2004

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, prometeu neste domingo (15) que até o final do mandato do presidente Lula o governo federal terá demarcado, homologado e pacificado todos os conflitos envolvendo terras indígenas no País. Em discurso para uma platéia de cerca de mil guerreiros de sete etnias do Alto Xingu, ele afirmou que o estado brasileiro tem uma dívida secular com os povos indígenas. "Esse governo, que veio para fazer mudanças, pretende resgatar essa dívida", disse o ministro, em meio à saudação ruidosa dos indígenas.

Longe do emaranhado de crises vividas pelo governo nos últimos dias, Thomaz Bastos deu um tempo nas articulações para viver 24 horas agradáveis, como convidado da cerimônia do Kuarup, cercado por guerreiros valentes, índias nuas e o verde exuberante do alto Xingu.

O ministro foi recebido com honras de um chefe branco, fumou o petimaop, cigarro feito de uma folha que os índios garantem ter o poder - não comprovado cientificamente - de provocar sonhos intensos e participou desde sábado das solenidades no centro da aldeia Kamayurá, encerradas ontem à tarde. Leia na íntegra a notícia do Estadão Online.

Índios lutam contra colonos e exigem ampliação da reserva Duque de Caxias.

Doutor Pedrinho - A suspensão da ampliação da reserva Duque de Caxias está provocando conflitos entre os índios xoklengues da aldeia Bugio e os colonos, em Doutor Pedrinho. Os índios estão bloqueando com troncos de árvores, desde terça-feira, a rodovia SC-477, que liga o município a Itaiópolis.

Um dos representantes da comissão organizadora do bloqueio, Edu Priprá, diz que a estrada só será liberada quando um representante do governo federal estiver no local para conversar e resolver o assunto da demarcação.

"Por enquanto, ninguém passa aqui, nem de a pé, de carro ou de ônibus", afirma. Revoltados com a falta de interesse do governo federal em resolver a questão, os índios tentaram fazer o promotor do ministério público, Alexandre Serratine, de refém na noite de segunda-feira. "Ele conseguiu fugir, arriscando a própria vida, mas ele ia ficar aqui",diz uma índia indignada com a situação.

Priprá diz que os índios são pacíficos e não têm nada contra a Polícia Militar ou o promotor, mas a detenção de Serratine poderia servir para levar alguém do governo federal ao local do conflito. "Desde sexta-feira estamos com problemas e até agora ninguém do governo ou da Polícia Federal esteve aqui para conversar", lamenta.

Priprá diz que desde 1996 os índios vêm lutando pela ampliação da área demarcada, sem sucesso. Porém, coma suspensão da ampliação, a situação ficou pior porque nem a área de 14 mil hectares, que já estava consolidada como sendo dos índios, existe no papel. "Queremos garantia de que essa terra é nossa".

A demarcação foi suspensa porque há uma área de reserva ambiental, mas estamos comprometidos e iríamos preservar este pedaço", declara. Caso a ampliação seja assinada, a área indígena passará para 37 mil hectares.

Acusações

Mas a questão é muito mais complexa. Os índios e os colonos quase entraram em confronto na última segunda-feira. Em alguns pontos da mata foi ateada fogo.Os indígenas dizem que foram os colonos que fizeram isso para prejudicá-los, enquanto que os colonos afirmam o contrário.

Além disso, foi necessária a intervenção da PM para que não ocorresse um confronto na localidade de Forcação. As acusações partem dos dois lados. Os índios alegam que um carro escolar levou os colonos armados até as proximidades da reserva, enquanto que a parte adversária acusa os índios de estarem armados com facas e foices para atacá-los.

Ontem, o motorista do ônibus Reunidas, que faz a linha Timbó Itaiópolis, Ezio krul, teve que voltar quando chegou na reserva. "Os índios foram bastante pacíficos, mas me disseram que não poderia passar".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.