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Doze armas apreendidas na aldeia

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: DARCI DEBONA
18 de Fev de 2004

Polícia encontra, em casa no limite da reserva, revólver 44 que pode ter matado agricultor

A situação continua tensa em Abelardo Luz, onde o presidente do Sindicato Rural do município, Olices Stefani, foi morto em uma barreira indígena na madrugada de segunda-feira. As polícias Federal, Militar e Civil mantêm 50 homens nas investigações e em barreiras para evitar conflitos e entrada de armamentos.

O Bairro São João Maria, onde moram os kaingang, está isolado e ninguém entra sem ser revistado. Veículos não passam. Um dos moradores tentou furar o bloqueio com uma caminhonete e foi barrado por policiais militares, que não encontraram armas.

O responsável pela 4o Companhia de Polícia Militar de Xanxerê, tenente Fabiano da Silva, disse que os policiais estão no local para evitar confrontos entre população e indígenas, e também impedir que mais pessoas sejam feitas reféns.

Ontem pela manhã, por meio de um mandado judicial, policiais entraram em uma casa que fica na divisa dos nove hectares onde moram as famílias indígenas e outros moradores do bairro. Foram encotradas 12 armas de fogo, entre elas uma carabina Puma 38, quatro espingardas calibre 28 e 16, duas garruchas e cinco revólveres de calibres 32, 38 e 44.

O comandante do Grupo de Respostas Táticas de Chapecó, tenente José Ivan Schelavin, disse que o revólver calibre 44 pode ser a arma do crime, pois tinha sinais de pólvora e o ferimento na cabeça que causou a morte de Stefani foi provocado por arma de grosso calibre. O projétil, que se alojou na nuca da vítima, está na perícia.

Mais de cem cartuchos foram achados

Também foram encontrados no forro de uma casa que tem um bar anexo 113 cartuchos inteiros e 10 detonados, além de material para recarga dos cartuchos. Schelavin disse que a proprietária da casa declarou que foram os índios que levaram as armas até lá. No entanto, ela vai ficar presa e dever responder processo por ocultação de armas e receptação. Schelavin disse que as armas eram "frias", pois não tinham documentação.

No final da tarde de ontem, uma nova busca foi realizada em 20 casas da comunidade indígena. Nenhuma arma foi encontrada. A Polícia Federal começou a tomar depoimentos dos reféns e dos moradores para identificar os autores dos crimes de homicídio, seqüestro e cárcere privado. A previsão de chegada de mais índios não tinha sido confirmada até o início da noite de ontem.

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