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Dom Phillips e indigenista foram achados mortos, diz esposa do jornalista

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13 de Jun de 2022

Dom Phillips e indigenista foram achados mortos, diz esposa do jornalista
Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.

Wanessa Gommes
13/06/2022

Alessandra Sampaio, mulher do jornalista inglês Dom Philips, que desapareceu no dia 5 de junho juntamente com indigenista Bruno Araújo Pereira, na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, disse que os dois foram encontrados mortos.

A informação foi divulgada no G1, nesta segunda-feira (13), mas ainda não foi confirmada pelas autoridades brasileiras.

De acordo com o G1, a Polícia Federal disse para Alessandra que os corpos precisam ser periciados. A Embaixada Britânica já havia comunicado aos irmãos de Dom Phillips que os corpos eram do jornalista e do indigenista.

Desaparecimento

De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari - Univaja, Dom Phillips e Bruno Pereira visitavam a equipe de vigilância indígena na localidade do Lago do Jaburu, próxima a uma base da FUNAI, no Amazonas.

Após o atraso na chegada dos dois, prevista para acontecer por volta das 9h da manhã em Atalaia do Norte, uma equipe saiu do município em busca do jornalista e do indigenista, percorrendo o mesmo caminho feito por ambos, mas não obteve sucesso.

"A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel - que fica abaixo da São Rafael - com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte", afirma a nota conjunta da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari - Univaja e do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato.

A Terra Indígena Vale do Javari, localizada no extremo oeste do Amazonas, possui 8.544 hectares, e a população estimada é de 6.317 pessoas, conforme levantamento do Instituto Socioambiental.

Ameaças

Pereira sofria ameaças constantes de invasores e garimpeiros que atuavam em terras indígenas. O indigenista é um exímio conhecedor da região e a falta de contatos após um dos deslocamentos é vista com bastante preocupação.

Segundo um funcionário do Ibama, que preferiu não se identificar, a região do Vale do Javari faz fronteira com a Colômbia e o Peru, é isolada, conflituosa e concentra muitos pontos de garimpo ilegal. Além disso, a área também é uma rota de tráfico de cocaína.

Saiba quem são o jornalista e indigenista desaparecidos na Amazônia

Jornalista freelancer e colaborador do jornal The Guardian, Phillips vive no Brasil desde 2007, tendo publicado reportagens sobre política e meio ambiente em veículos de alcance mundial, como Financial Times, New York Times, Bloomberg e Washington Post.

Em 2021, ele recebeu uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos Estados Unidos, para investigar modelos de preservação para conservar a Amazônia.

Durante parte de sua carreira, Phillips atuou na cobertura de música eletrônica e, entre 1991 e 1999, trabalhou na Mixmag, uma das maiores revistas no mundo especializada no tema e a primeira a ter edição impressa.

Phillips publicou seu primeiro livro, DJs Superstar Here We Go!: a ascensão e queda do DJ Superstar (tradução livre), no ano de 2009 pela editora Ebury.

Bruno Pereira ingressou na Funai como agente em indigenismo em setembro de 2010. Dois anos depois, ele passou a integrar a coordenação regional da Funai de Atalaia do Norte, justamente a área em que foi visto pela última vez, mas deixou o cargo em 2016.

Em 2018, Pereira retornou a prestar serviço para a Funai como coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Diretoria de Proteção Territorial. No cargo, foi uma das lideranças que chefiou a maior expedição do órgão nos últimos 20 anos. A missão, que teve o propósito de contatar um grupo de isolados que corria riscos de entrar em conflito com outra etnia que vive na região, foi concluída com êxito sem nenhum tipo de combate.

https://www.gp1.com.br/brasil/noticia/2022/6/13/dom-phillips-e-indigeni…

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