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Dois macacos brasileiros entram para a lista dos 25 mais ameaçados do mundo

ICMBio - www.icmbio.gov.br
06 de Out de 2010

Duas espécies de macacos endêmicas do Brasil foram incluídas na lista dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. A lista é elaborada a cada dois anos pelo Grupo Especialista em Primatas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e tem o objetivo de atrair ações de pesquisa e conservação, aumentando os esforços de preservação dessas espécies.

A inclusão é resultado das articulações feitas pela delegação brasileira, liderada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), durante o 23 Congresso Internacional de Primatologia, realizado entre 12 e 18 de setembro passado, na Universidade de Kyoto, no Japão.

Na nova lista da IUCN, figura agora o macaco-prego-galego (Cebus flavius), incluído devido à sua recente redescoberta e ao escasso conhecimento disponível sobre suas diminutas populações confirmadas na Mata Atlântica nordestina. Essa espécie foi considerada criticamente em perigo.

O outro macaco incluído na lista é o guigó-da-caatinga (Callicebus barbarabrownae). Ele é o único primata endêmico desse bioma, que, por sua vez, sofre acelerada degradação, inclusive com áreas em processo de desertificação. Neste cenário, o guigó sobrevive em raros remanescentes de caatinga arbórea, sendo considerado criticamente em perigo tanto na lista da IUCN quanto na avaliação do Ministério do Meio Ambiente.

O CPB desenvolve pesquisas e ações de manejo com foco nessas duas espécies e espera que, incuídas na lista mundial, elas possam servir como espécies-bandeira, alertando para a situação de toda a biodiversidade na Mata Atlântica nordestina e na caatinga.

Durante o congresso, do qual o CPB participou pela primeira vez, o chefe Leandro Jerusalinsky coordenou a sessão sobre Conservação de Primatas Neotropicais, na qual apresentou a análise Planejamento Estratégico para a Conservação de Primatas Brasileiros: Avanços e Prioridades.

Nela foram ressaltados os esforços do ICMBio no sentido de ampliar a aplicação de ferramentas para a conservação de espécies, tais como as listas de táxons ameaçados, planos de ação e modelagens espaciais e populacionais.

Leandro também integrou o Simpósio Primatas em Fragmentos, apresentando o trabalho Vivendo no limite: fragmentação de habitats na interface da zona semi-árida do nordeste brasileiro, com destaque para os resultados dos estudos sobre a distribuição de Callicebus barbarabrownae e Callicebus coimbrai, que fazem parte dos esforços de pesquisa e conservação do Projeto Guigó, desenvolvido em parceira com a Universidade Federal de Sergipe e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Sergipe.

Além disso, na sessão Novos Aspectos em Conservação, foi apresentado o trabalho Construção de Capacidade em Primatologia: uma nova série de cursos de campo sobre primatas no Brasil, que destacou os cursos de capacitação dos quais o CPB compõe a coordenação.

Integraram a delegação brasileira ao congresso principalmente professores e estudantes de universidades como Unifesp, UFG, UFRN, USP, UnB, PUCRS e ONGs como WCS, Pró-Muriqui, CECO.

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