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Doença não aparece em relatórios da Funasa

A Gazeta - Rio Branco-AC
02 de Jul de 2002

Se confirmadas as mortes por Hepatite Delta em Porto Walter, este ano, será o início do histórico da doença na região do Juruá. Até o ano passado, o relatório do balanço dos atendimentos básicos realizados pelas equipes multidisciplinares de Saúde Indígenas nas Aldeias, através da Fundação Nacional de Saúde, não aponta nenhum caso de hepatite nas cidades de Jordão, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.

Em 2001, segundo o relatório, as infecções respiratórias agudas eram as doenças mais freqüentes nas aldeias. São casos de pneumonia, bronquite, amigdalite, faringite e tantas outras do trato respiratórios. Doenças que evoluem rápido e podem matar se não forem tratadas a tempo. Só no distrito do Purus foram registrados 1.373 casos, 26,94% do total geral. Na seqüência aparecem as verminoses, com 971 casos (19.05%).

Doenças como Malária, Tuberculose e Leishmaniose, antes registradas em grande escala, estão praticamente sob controle. Juntas não somam sequer 10% dos casos registrados na região o ano passado. Isso é possível graças ao excelente trabalho que vem sendo realizado pelos agentes de saúde indígena que atuam diretamente nas aldeias.

Esse trabalho será ampliado através de uma parceria entre a Funasa, a União das Nações Indígenas (UNI) e as prefeituras vai resultar na implantação de Pontos de Apoio de Pólo (PAP) nos municípios de Assis Brasil, Porto Walter, Mâncio Lima, Jordão e Marechal Thaumaturgo. Para garantir a manutenção desses postos serão contratados mais médicos, enfermeiros e auxiliares.

TUDO SOBRE AS HEPATITES

Hepatite significa a presença de uma reação inflamatória no fígado

São reconhecidos, atualmente, pelo menos seis tipos diferentes de vírus causadores de Hepatite: A, B, C, D, E e G.

1) Vírus A e E são excretados nas fezes e podem contaminar água e alimentos, sendo evitados pelas boas condições de higiene e saneamento básico.

2) Vírus B pode ser transmitido por 3 vias principais: a) contato com sangue contaminado (uso de drogas intravenosas, tatuagens, acupuntura, transfusões, profissionais da área de saúde etc; b) contato sexual (especialmente associado com promiscuidade, contato com prostitutas e homossexualismo); c) transmissão materno-fetal (mãe portadora do vírus pode passar para o recém-nascido).Salienta-se que, em 43% dos casos, não se identifica o seu modo de transmissão, denominada esporádica ou desconhecida.

3) O agente da Hepatite Delta é um vírus defectivo, ou seja, necessita da presença do vírus B para sua replicação, sendo transmitido pelas mesmas vias do vírus B.

4) Vírus C é transmitido especialmente por contato com sangue contaminado e, mais raramente, por contato sexual ou transmissão materno-fetal.

5) O vírus C, recentemente descoberto, parece apresentar formas de transmissão semelhantes às dos vírus B e C.

Hepatite A: Costuma ser bem mais freqüente em países menos desenvolvidos, devido à precariedade do saneamento básico. Incide principalmente em crianças e adolescentes, sendo geralmente pouco sintomática nesta faixa etária. Por outro lado, no adulto estima-se que ocorram cerca de 30 mortes para cada 1.000 pacientes. Todavia, estima-se que mais de 90% da população acima de 30 anos tenha desenvolvido imunidade natural para este agente.

Hepatite B: Presume-se que existam no mundo, cerca de 350 milhões de pessoas cronicamente infectadas pelo vírus. No mundo, ocorre mais de 250.000 óbitos por ano, relacionados às complicações da Hepatite B. e interessante ressaltar que existe relação inversa entre o grau de endemicidade de uma região e a faixa etária em que o paciente adquire a infecção. Assim, em regiões de alta endemicidade, os lactentes e as crianças na primeira infância são os que apresentam maior risco de contrair a infecção pelo vírus da Hepatite B.

Hepatite C: As taxas de infecção variam de menos de 1% a mais de 10%, dependendo da região estudada. De modo geral, a Europa e a América do Norte apresentam índices inferiores a 1%, enquanto que a África e certas regiões do Oriente Médio apresentam índices superiores a 5%. As restantes regiões apresentam taxas intermediárias. Estima-se que existam pelo menos 200 milhões de portadores crônicos no mundo, com cerca de 175.000 casos novos/ano nos Estados Unidos e 350.000 casos novos/ano no Japão.

Hepatite D (Delta): Ocorre apenas em associação com a Hepatite B, tendo portanto, a mesma distribuição geográfica. Nos locais de menor endemicidade, o vírus D fica restrito a grupos de risco, tais como usuários de drogas injetáveis, hemofílicos, homossexuais, etc.

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