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Direito de resposta: Jardim Botânico do Rio

SRZD - www.sidneyrezende.com
25 de Nov de 2010

Diante das acusações feitas na matéria do sr. Hélio Almeida sobre o Jardim Botânico, publicada em 19/11/2010 no SRZD, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro apresenta alguns esclarecimentos.

Em primeiro lugar, ao contrário do que afirmam a abertura e o título da matéria, a atual administração não destruiu nem está destruindo nenhuma área do parque. Qualquer pessoa que visite o Jardim Botânico pode ver que o Espaço Tom Jobim, o Museu do Meio Ambiente e a área onde será construído o Centro de Exposições são externos à área de coleções vivas - o arboreto, que é comumente chamado de "parque".

O Espaço Tom Jobim - onde está o teatro de mesmo nome - funciona onde antes havia galpões de depósito, não árvores. As construções antigas e sub-aproveitadas foram totalmente reformadas, revitalizadas e constituem, hoje, um dos espaços culturais mais simpáticos da cidade.

O Museu do Meio Ambiente foi inaugurado em 2008, no prédio histórico onde funcionaram o Museu Botânico e a administração, tendo passado também por ampla reforma. Em 2009, foi realizado concurso para projeto arquitetônico e urbanístico de expansão do Museu. A expansão se faz necessária porque o prédio histórico não apresenta condições estruturais adequadas para abrigar todo o aparato técnico necessário à instalação de exposições nos dias de hoje, nem a um projeto museológico completo. Assim, dois anexos serão construídos em substituição a dois prédios já existentes, próximos ao prédio histórico. O projeto das novas construções, além de atender às necessidades do Museu, segue parâmetros e critérios da arquitetura sustentável. Foi uma exigência do edital do concurso que a planta das novas construções não ultrapasse a área construída anterior. Logo, os anexos não avançarão sobre a área verde.

O Centro de Exposições, que tem projeto de Oscar Niemeyer, também será construído em substituição a galpões atualmente sub-utilizados com garagem e oficina do Instituto, e não sobre árvores.

Tudo isso é claro e visível para qualquer visitante que venha ao Jardim Botânico. É lamentável, portanto que o repórter tenha se limitado a ouvir falas divergentes, em vez de apurar devidamente os fatos, e tenha preferido dar ênfase no texto a acusações infundadas feitas por pessoa que tem interesses particulares e políticos na questão.

Também é de se estranhar que as fotos que acompanham a matéria não tenham créditos nem legendas explicativas, sugerindo que as obras retratadas são do museu ou do teatro. Na verdade, as fotos se referem a dois importantes projetos do Jardim Botânico: a Compostagem, que funciona no Horto e onde são tratados os resíduos de folhas e galhos do arboreto, revertendo em composto usado como adubo no próprio arboreto; e a reforma do piso do arboreto, que possibilitará a cadeirantes e pessoas com carrinhos de bebê se deslocarem com facilidade pelos caminhos do Jardim. O primeiro é, assim, um projeto de reciclagem e reaproveitamento de materiais que de outra forma virariam lixo, e o segundo é um projeto que visa dar acessibilidade ao todos os visitantes.

A administração do Jardim Botânico do Rio de Janeiro não defende, ao contrário do que diz a matéria, a remoção de todos os moradores do Horto, mas sim das casas que existem dentro do arboreto, das casas em área de risco ou em situação ilegal - construídas, por exemplo, nas margens do Rio dos Macacos, onde moradores jogam dejetos. Os processos de desocupação de casas no Horto datam da década de 1980 e têm origem na Advocacia Geral da União.

Por fim, é preciso ressaltar que o Horto é vital para a sobrevivência das plantas e animais que vivem no arboreto do Jardim. Do Horto vem a água que irriga os canteiros e o Horto liga o Jardim com o Parque Nacional da Tijuca. Além disso, o Horto é um espaço fundamental para as pesquisas científicas voltadas à conservação da flora brasileira - que hoje tem milhares de espécies ameaçadas de extinção. Além disso, o Horto é tombado pelo IPHAN. Portanto, afirmar ou sugerir que a administração do Jardim Botânico desejaria retirar moradores por interesses de "especulação imobiliária" no local é um total contrassenso.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/110583+direito+de+resposta+jardim+…

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