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07 de Ago de 2015
A presidenta Dilma Rousseff participou no final da manhã desta sexta-feira da cerimônia de entrega de 747 unidades habitacionais dos Residenciais Pérola VI e VII e Ajuricaba do Programa Minha Casa Minha Vida, em Boa Vista, Roraima. A solenidade atraiu centenas de pessoas e autoridades dos poderes executivo municipal e estadual, legislativo e judiciário.
Em discurso durante a solenidade, a governadora Suely Campos disse à presidente Dilma Rousseff: "não queremos que a União carregue Roraima nas costas. Queremos que nosso estado produza também gere divisas ao nosso Brasil".
A governadora chamou a atenção da presidenta Dilma para questões cruciais no Estado, como a insegurança energética e a regularização fundiária. Ela declarou ser inadmissível que Roraima fique à mercê da decisão de um gestor da Funai (Fundação Nacional do Índio), que está impedindo a integração do estado ao Sistema Integrado Nacional de Energia, que se recusa a emitir a Carta de Anuência para que o linhão cruze a terra indígena Waimiri-Atroari.
Suely também destacou que Roraima já cumpriu 90% do exigido no decreto 6754/2009, para a transferência de terras da União para o Estado, no entanto há a preocupação de que mais uma unidade de conservação seja criada no Estado, causando um novo impacto social, como ocorreu há poucos anos com a homologação área indígena da Raposa Serra do Sol.
"Roraima já contribui muito para a proteção do meio ambiente. Não podemos mais ceder áreas produtivas, queremos seguir em frente e viabilizar Roraima como Estado produtivo", disse, ao observar que "hoje estamos vivendo um momento de muita tensão, com risco de mais uma reserva, o Parque Nacional do Lavrado, reduzindo nossas escassas áreas produtivas locais".
Segundo Suely Campos, seu governo conseguiu demover a proposta do ICMBio (Instituto Chico Mendes) de criar a unidade na Serra da Lua e no Tucano, duas áreas extremamente produtivas, com posses centenárias, localizadas no município de Bonfim. "Agora, precisamos da sensibilidade de vossa excelência, para livrar a região do Ereu, no Amajari, que também é uma área produtiva", pediu.
A proposta de Roraima, conforme a governadora, é a dupla afetação dos Campos do Maruai ou do sítio arqueológico da Pedra Pintada, ambos situados na terra indígena São Marcos. "essas áreas são bastante representantivas do ecossistema lavrados, com elevado potencial turístico e sem povoamento", justificou.
Ela cobrou o que Dilma afirmou no último encontro com os governadores, no mês passado, no Palácio da Alvorada, em Brasília, quando foi enfática ao dizer que o Brasil precisa estimular as exportações e os governadores incentivar o empreendedorismo para o país superar a crise e crescer.
"Roraima quer fazer parte desse contexto presidenta Dilma. Queremos contribuir para desenvolver o Brasil. Mas para isso, dependemos da regularização fundiária, por meio da devida transferência de terras da União, sem mais uma reserva que gere alto impacto econômico e social para o Estado, e energia confiável, com a integração energética com o Brasil, por meio do linhão de Tucurui", pontuou.
Outro ponto defendido é a atuação diplomática da presidente Dilma com o governo da Venezuela para que o Brasil possa ter aduana no porto de Guanta, na Venezuela, proporcionando ao extremo Norte do país, acesso ao mar, aproveitando o potencial dos mercados vizinhos como o Caribe, a Ásia e os EUA.
Ela observou ainda que, se a presidenta Dilma se sensibilizar para estas demandas de Roraima, ela vai entrar para a história como a presidenta que promoveu a transformação econômica e social de Roraima. "Está nas suas mãos presidenta, permitir que o povo de Roraima disponha de terras tituladas. Que tenha energia elétrica confiável, mais barata e limpa; e que o Brasil do extremo Norte alcance uma saída para o mar, por meio da Venezuela. Assim, vamos atrair investimentos, fazer a economia crescer, alcançar o mercado internacional e gerar dezenas de milhares de empregos.", cobrou a governadora, ao convidar também a presidenta para voltar a Roraima para a entrega de mais um conjunto habitacional, o Residencial Vila Jardim, que totaliza quase três mil apartamentos e que deverá beneficiar cerca de 15 mil pessoas, em fase de conclusão no bairro Cidade Satélite em Boa Vista.
A presidenta Dilma, ao encerrar a solenidade, afirmou à governadora Suely Campos que estava naquele momento fazendo uma parceria com ela, com o Estado, e que percebe claramente a importância das questões que Suely solicitou atenção em discurso, sobretudo para a questão do acordo com a Venezuela para utilização do porto de Guanta, visando aproveitar a posição privilegiada que o estado tem, com a proximidade com a Venezuela, que tem milhões de habitantes e uma grande demanda de alimentos e outros bens de consumo.
"De fato, Roraima está muito bem localizada e não pode deixar de aproveitar o porto de Guanta para promover exportações para outros países. Vamos olhar essa questão com cuidado, pois precisamos aproveitar muito bem essa grande demanda da Venezuela, atendendo a população deles, e gerando emprego e renda para Roraima e para o Brasil", declarou Dilma.
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