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Dificuldades técnicas agora são bem menores

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
30 de Jun de 2002

Até mesmo o deslocamento de populações tem sido menos problemático

A ampliação da Hidrelétrica de Tucuruí envolve investimentos de US$ 1,1 bilhão, sendo que até agora já foram gastos US$ 560 milhões.

O montante inclui as obras de duplicação da usina, modernização do sistema de proteção e controle, supervisão e monitoramento das unidades em operação de 1 a 12, elevação do nível do lago de 72 para 74 metros e reassentamento das famílias que moram nas margens da represa e nas ilhas, além da ampliação da subestação do sistema de transmissão.

Tanto a primeira como a segunda fase foram feitas com o dinheiro do Estado, já que a Eletronorte é uma companhia estatal. O financiamento da obra está sendo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável por 30% dos recursos injetados na construção, e pela Eletrobrás, também com 30%. O restante, 40%, está saindo dos cofres da própria Eletronorte.

Comparado à primeira etapa da usina, quando foram investidos cerca de US$ 6 bilhões, o custo da obra de expansão é bastante vantajoso, o que possibilitará redução dos preços da energia gerada. Segundo o gerente das obras de Tucuruí, Adailton do Souza Pinto, o custo da nova eletricidade gerada será de US$ 15,38 ante US$ 21,94 o megawatt/hora (MWh) da parte velha. Na média, o preço da energia de Tucuruí será de US$ 20,22 o MWh.

Souza explica que na primeira fase houve muito mais dificuldade para levantar a usina do que agora. "Quando os pioneiros chegaram aqui só existia floresta." Agora, completa, já há know-how e é possível otimizar tanto os projetos civis como os eletromecânicos.

Até mesmo o deslocamento da população que vive nas margens do lago ou nas ilhas formadas na primeira etapa de construção de Tucuruí está sendo considerado mais fácil. Por causa da elevação no nível de água na represa, que permitirá o aumento de potência da usina, cerca de 2.500 famílias terão de ser realocadas para outras regiões. No total, a estatal gastará US$ 70,3 milhões para promover a mudança. Por enquanto 2 mil famílias foram atendidas e 1.800 já fecharam acordo com a empresa. Para a Eletronorte, uma vitória até agora é a ausência de ações judiciais contra o deslocamento das famílias

. Na primeira etapa, o represamento do Rio Tocantins desencadeou inúmeras denúncias e provocou debates acalorados entre os pesquisadores, que temiam uma catástrofe ambiental, já que cerca de 200 mil hectares de floresta seriam encobertos. A preocupação dos pesquisadores era que a madeira submersa apodrecesse e acarretasse enormes danos e alterações ambientais, colocando em risco até mesmo as turbinas da usina. Mas isso tudo foi superado com tecnologias propostas durante o processo de construção.

História - Os estudos de construção da usina de Tucuruí para aproveitar o potencial do Rio Tocantins começaram por volta de 1957. Mas os trabalhos apenas foram intensificados na década seguinte. A concessão da usina foi outorgada em 1974 e a primeira unidade geradora entrou em funcionamento em 22 de novembro de 1984 pelo então presidente João Figueiredo, juntamente com o sistema de transmissão.

Já naquela época os estudos indicavam a viabilidade da expansão de Tucuruí.

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