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Didática escolar indígena será diferenciada

A Crítica-Manaus-AM
Autor: Euzivaldo Queiroz
11 de Mai de 2001

Seminário que se realiza em Benjamin Constant discute processo específico de ensino

O Governo do Estado está realizando no Município de Benjamin Constant (a 1.116 quilômetros de Manaus) o 1o Encontro dos Técnicos do Projeto Gestão Educacional nas Comunidades Indígenas. Desenvolvido pelo Departamento de Políticas Indigenistas (Depi), órgão da Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc), o evento objetiva intensificar o processo de implementação da didática escolar indígena e promover a reflexão e o planejamento estratégico para implantar uma política de escolarização diferenciada para os povos indígenas do Amazonas.
O encontro, que termina hoje, tem a participação dos secretários de Educação dos municípios localizados na região do Alto Solimões, além de professores e lideranças indígenas. A região é formada por Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Atalaia do Norte e Benjamin Constant, nos quais o Estado empresta apoio técnico-pedagógico, administrativo e financeiro para que as prefeituras executem o processo de educar os índios.
Por ser o Município de melhor acesso na região, Benjamin Constant foi escolhido como pólo base de centralização administrava do projeto, que foi criado a partir da Resolução no 011/01, de 13 de fevereiro de 2001. A resolução determina que o reconhecimento da escola pública indígena é de competência do Poder Público Estadual, e deve respeitar as diferenças socioculturais de cada etnia, fornecendo educação e material pedagógico bilíngüe. O Governo do Estado já editou várias obras em língua indígena, principalmente em baniua, tucano, sateré-maué e nheengatu.
No encontro estão sendo discutidas as estratégias para implantação da resolução nas comunidades indígenas, com a identificação dos problemas educacionais da região, planejamento e socialização das demandas encontradas. Como metodologia, o evento está sendo apresentado com exposições de painéis, debates, estudo e trabalho em grupo e plenária deliberativa.
No Amazonas, o projeto Escola Indígena mantém 850 professores índios, distribuídos em cerca de 580 escolas especiais, mantidas com recursos estaduais. Atualmente, 25 mil alunos de 62 etnias diferentes participam do Gestão Educacional nas Comunidades Indígenas.
Dos 330 mil índios existentes no Brasil, cerca de 100 mil são amazonenses. No Alto Solimões existem, aproximadamente, 35 mil índios das etnias ticuna, cocama, marubo, canamari, culina, matis e cambeba.

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