VOLTAR

Dia do Amigo: conheça 10 pessoas que dedicam a vida pela Amazônia

Portal Amazônia - http://portalamazonia.com
Autor: Isaac Guerreiro
20 de Jul de 2016

Philip Fearnside, Raoni Kaiapó e Gerard Moss figuram entre as dez pessoas listadas pelo Portal Amazônia que contribuem pela região

O Dia do Amigo é comemorado no dia 20 de julho. O Portal Amazônia resolveu comemorar a data com uma lista de pessoas que têm uma relação de amizade e companheirismo com a Amazônia.

1. Philip Fearnside

Philip Fearnside se graduou em Biologia no Colorado, nos Estados Unidos, em 1969. De lá para cá, os estudos sobre impactos ambientais conquistou o mundo, em particular os da região amazônica. O biólogo se dedica a estudar os problemas ambientais na Amazônia Brasileira desde 1974, inclusive morou por dois anos na rodovia Transamazônica antes de entrar para o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Desde 1992, Feanside promove a captação do valor dos serviços ambientais da Floresta Amazônica como forma de desenvolvimento sustentável para as populações rurais.

Atualmente, Feanside é pesquisador titular do Inpa e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O painel é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para organizar e divulgar o conhecimento mais avançado sobre mudanças climáticas e que podem impactar o mundo. Feanside foi premiado com o Nobel da Paz em 2007 pelo trabalho em conjuntos com cientistas de todo mundo sobre mudanças climáticas.

2. Chico Mendes

Chico Mendes nasceu em Xapuri, no Acre, em 1944. Era seringueiro e com o tempo passou a avançar na vida dos trabalhadores que dependiam da Amazônia. Tornou-se líder de resistência pacífica em defesa dos seringueiros e demais extrativistas.

O ex-serigueiro assumiu a secretaria geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basileia em 1975, no Acre. O trabalho de Chico Mendes o levou a liderança do Encontro Nacional dos Seringueiro, em 1985, onde propôs a "União dos Povos da Floresta". O projeto pretendia unir os interesses dos índios e seringueiros, a partir da criação de reservas extrativistas e da garantia de reforma agrária.

O trabalho de Chico Mendes pela luta pacífica foi conhecida em todo o mundo. Foi assassinado em 1988, no quintal da sua casa, em Xapuri, com um tiro no peito. Dois anos depois de sua morte, Darly e seu filho, Darci Alves, foram julgados pelo crime e condenados a 19 anos de prisão.

3. Lúcio Flávio Pinto

Lúcio Flávio é jornalista e há mais de 20 anos é o único repórter e editor do pequeno jornal quinzenal, o Jornal Pessoal, com uma tiragem de dois mil exemplares. É formado em sociologia, pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, e já foi professor visitante do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida em Gainesville, nos Estados Unidos.

As matérias investigativas produzidas pelo jornalista envolveram grandes nomes em crimes na Amazônia. O trabalho desenvolvido em prol da região já rendeu ao jornalista quatro prêmios Esso, um dos maiores prêmios da área no Brasil. Em 1997, ele recebeu o Colombe d'Oro per la Pace, um dos mais importantes prêmios jornalísticos da Itália.

4. Raoni Kayápo

Raoni nasceu em 1930, no Mato Grosso, na Vila Kapôt dos indígenas Kayapó. O indígena ganhou notoriedade por lutar contra a implantação de hidrelétricas na Amazônia durante os anos 80. Sua marca registrada é o labret, um adorno típico dos Kayapós colocado sobre o lábio inferior. Unindo a cultura tradicional e o relacionamento com o conhecimento ocidental, Raoni conseguiu manter o território da tribo.

5. Gerard Moss

Gerard Moss é aviador e nasceu na Suíça. O amor pela aviação o levou a trabalhar no Brasil e começou a trabalhar com projetos de proteção e ativismo do meio ambiente. Em parceria com o pesquisadores brasileiros, mais especificamente com o professor Antonio Donato Nobre, nasceu o projeto Rios Voadores.

O projeto utilizava um monomotor, dirigido por Moss, para analisar as nuvens cheias da umidade na Amazônia e tentar entender a relação com o clima mundial. Graças ao estudo foi possível saber o volume de vapor de água lançado para a atmosfera pelas árvores da Floresta Amazônica: 200 mil metros cúbicos, praticamente a mesma do rio Amazonas (200.000 m3/s).

6. Dorothy Stang

Dorothy Stang veio para o Brasil em 1966, no município de Coroatá, no Maranhão. A freira da Congregação Notre Dame de Namur começou cedo a entender a Amazônia e o processo de exploração. Sua convivência com os moradores da região a levou para o Pará, onde lotes de terra foram disponibilizados para moradores do Nordeste.

Choques entre fazendeiros e pequenos produtores começou a se tornar constante na região. Dorothy Stang acabou tornando-se representante dos mais pobres e, as poucos, foi intensificando o trabalho no direito de pequenos agricultores. A partir da sua luta pela região ficou conhecida como Irmã Dorothy.

Dorothy tentou, em 2000, implementar um projeto de desenvolvimento sustentável na região, mas acabou sofrendo várias manifestações contrárias, principalmente dos fazendeiros e comerciantes da região. O trabalho de mais de 40 anos de Irmão Dorothy foi parado em 2005 quando foi assassinada por dois homens em uma estrada rural no município de Anapu, no Pará.

7. David Kopenawa

David Kopenawa é líder e pajé Yanomami. Seu trabalho na defesa dos direitos indígenas e da Floresta Amazônica começou na década de 80. Líderes mundiais como o rei Harald V da Noruega já visitou a Terra Indígena Yanomami para conhecer o pajé. David Kopenawa já recebeu prêmios internacionais como o Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1989); e a Ordem do Rio Branco ao grau de Cavaleiro, em Brasília (1999).

Em parceria com o antropólogo Bruce Albert, da França, publicou em 2010 um livro autobiográfico chamado "La chute du ciel", em português "A queda do céu".

8. Ivaneide Bandeira

Ivaneide Bandeira é historiadora formada pela Universidade Federal de Rondônia (UFRO). Filha de seringueiros, Ivaneide cresceu dentro de uma comunidade em Rondônia. Um dos seus trabalhos de grande repercussão é com indígenas isolados, realizada através de um departamento específico da Fundação do Índio. Em 1992, quando descobriu que funcionários corruptos vendiam o direito de corte de madeira de área protegidas, fundou a Fundação Kanindé.

A Fundação Kanindé até hoje é uma das organizações amazônicas referência no conhecimento da Amazônia, com uma equipa de peritos, incluindo biólogos e indigenistas. Kanindé continua a receber e nutrir jovens ativistas.

9. Sônia Guajajara

Nascida em 1974, na aldeia do povo Guajajara, no Maranhão, Sonia cresceu em meio a uma cultura de resistência da sua terra. Quando adulta, se tornou duas vezes coordenadora das Organização e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão e já foi por cinco anos vice-coordenadora das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab).

Atualmente, é uma das maiores vozes do movimento indígena brasileiro e coordenadora-executiva das Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

10. Jacir de Souza Macuxi

Jacir de Souza Macuxi nasceu em setembro de 1947, na comunidade indígena do Lilás, próximo a território Raposa Serra do Sol. Aos 26 anos foi alçado ao posto de tuxaua da sua aldeia. O momento era crítico para os indígenas do Norte de Roraima, os garimpos avançavam sobre as terras e com eles alcoolismo, violência e doenças. Jaci tornou-se um dos maiores defensores do reconhecimento da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Sua liderança foi conquistada a partir do diálogo entre indígenas na região. Suas ideias foram um sucesso e várias comunidade aderiram a iniciativa que se tornou, nos dias de hoje, o Conselho Indígena de Roraima (CIR).

http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/variedades/dia-do-amigo-conh…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.