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Detido com 500 kg de ametistas

OESP, Metropole, p.C6
13 de Dez de 2005

Detido com 500 kg de ametistas
Pedras vieram de garimpo ilegal no Vale do Ribeira
Marisa Folgato
A polícia apreendeu ontem em Itariri, no Vale do Ribeira, mais de meia tonelada de ametistas, extraída de um garimpo ilegal cuja existência foi denunciada pelo Estado em agosto. Gildásio da Silva Jatobá, um comprador baiano, foi preso em flagrante por receptação. Com ele havia 513 quilos de pedras. A vereadora Aurora Ramalho Diniz (PP) acabou indiciada pelo mesmo crime, após a polícia encontrar mais 18 kg em seu hotel, o Três Meninos. Ela se livrou do flagrante ao alegar que o material era de outra pessoa.
Segundo o delegado da Polícia Federal José Roberto Sagrado da Hora, Jatobá disse que comprava ametistas dos garimpeiros por R$ 30,00 o quilo e as vendia, no Pará, por R$ 150,00. O material apreendido foi avaliado em R$ 77 mil. Mas, após a lapidação, o valor é bem maior.
A operação, que teve a participação de 30 agentes federais e 30 homens da Polícia Militar Florestal, durou das 5 às 10 horas. O delegado disse que não havia ninguém nos garimpos de Itariri: Taquaruçu e Igrejinha. As pedras estavam com compradores em três locais da cidade - Chácara Lurdinha (513 kg), Hotel Três Meninos (18) e Sítio Taquaruçu (11). "Tínhamos mandados de busca e apreensão. A ação foi centrada nos compradores, que cometem crime de receptação." No caso da vereadora, a polícia disse que as pedras estavam numa área comum do hotel.
O garimpo, que virou febre na cidade de 13 mil habitantes, atraiu mais de 300 moradores de Itariri desde o ano passado. Sem experiência, as pessoas se arriscavam e duas morreram em junho, soterradas.
Em agosto, o 2o Distrito do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que controla a atividade, fez um acordo com moradores para tentar legalizar o garimpo. Determinou que deixassem os locais de extração, formassem uma cooperativa e fizessem um pedido de autorização.
Segundo o chefe do órgão, Enzo Luís Nico Júnior, que comemorou a apreensão de ontem, já foram protocolados 20 processos de autorização. "Depois da análise no DNPM, ainda é preciso a liberação ambiental."

OESP. 13/12/2005, p. C6

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