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Desvio de madeira apreendida está sendo investigado

O Liberal-Belém-PA
13 de Nov de 2002

Uma equipe de policiais federais da Delegacia de Santarém deverá seguir esta semana para Porto de Moz, onde se encontra com os fiscais do Ibama, para dar andamento aos inquéritos que apuram responsabilidades pela venda de uma grande quantidade de madeira, apreendida em 2001, que foi comercializada pelos fiéis depositários. A informação foi dada pelo gerente regional do Ibama em Santarém, José Ricardo de Araújo Lima, que deslocou uma equipe de fiscais para aquele município, na semana passada, com o objetivo de realizar novas fiscalizações.

Os inquéritos em andamento na Polícia Federal compreendem seis autos de infração emitidos no ano passado em operações realizadas no município, por fiscais do Ibama. Conforme José Ricardo, as pessoas que ficaram encarregadas do produto apreendido venderam a madeira para serrarias da região, o que motivou os inquéritos instaurados na Polícia Federal.

Recentemente, o Ibama recebeu denúncias de que também teria sido vendida a madeira apreendida durante a manifestação dos agricultores da reserva Verde para Sempre, que há dois meses bloquearam o tráfego no rio Jarauaçu. Na ocasião, o madeireiro André Campos, que é irmão do prefeito de Porto de Moz, Gérson Salviano Campos, tentou furar o bloqueio dos comunitários e dos membros do Greenpeace com uma balsa carregada de toras de madeira retirada da área. A balsa foi retida e a madeira apreendida. O madeireiro recebeu multa de R$ 196,291,00.

Uma equipe daquele instituto seguiu para Porto de Moz, na semana passada, para apurar as denúncias e continuar a fiscalização. Na manhã de sábado, os fiscais apreenderam outras duas balsas carregadas com madeira em tora, retirada da área destinada à reserva. A apreensão foi feita porque os proprietários não apresentaram a ATPF - Autorização para Transporte de Produtos Florestais, nem a licença para desmatamento. Uma das balsas transportava mais de 130 metros cúbicos de madeira. "Desta vez, toda a madeira apreendida será trazida para Santarém, evitando que o produto seja desviado", disse José Ricardo.

A delegada da Polícia Federal em Santarém, Graça Malheiros informou, ontem à tarde, que a ida de policiais federais para Porto de Moz estava dependendo de autorização da Superintendência Regional, uma vez que a delegacia não dispõe de recursos próprios para a operação. Ela esclareceu que foram instaurados inúmeros inquéritos para apurar crimes ambientais naquele município. "Mas, os crimes ambientais não são considerados flagrantes, e grande parte deles é resolvida no juizado especial federal do Pará, resultando apenas na aplicação de multa", ponderou.

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