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Desmate na fronteira do AM avança, diz Imazon

OESP, Vida, p. A20
07 de Out de 2008

Desmate na fronteira do AM avança, diz Imazon

Giovana Girardi

Levantamento independente sobre o desmate da Amazônia aponta que o corte raso sofreu uma queda em agosto, atingindo 102 km². Os dados, registrados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), da ONG Imazon, diferem dos números oficiais do governo, que apontaram aumento da área desmatada.

Enquanto para o Imazon houve uma redução de 63% em relação a julho, para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ocorreu um aumento de 134%, com 756 km² devastados. A diferença ocorre principalmente porque o SAD só contabiliza as áreas em que a cobertura florestal foi toda removida. No caso do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe, são somadas também as áreas degradadas por fogo ou por corte seletivo de árvores.

Segundo Carlos Souza Jr., do Imazon, o SAD deve começar a contar no próximo mês a degradação da mata. "Acho que, com isso, os números vão ficar mais parecidos com os do Inpe. Já agora, olhando para as imagens, concordamos que houve muita queimada em agosto. É isso que está puxando a alta deles." Mas mesmo quando são confrontados só os dados de desmatamento, a diferença permanece. Para o Inpe, cerca de 193 km² são fruto de corte raso.

O pesquisador acredita que os dados de setembro vão representar a "prova dos nove" sobre qual número está mais perto da realidade da devastação. "Se essa degradação que está aparecendo nas imagens for resultado de uma ação de limpeza, o desmatamento vai aumentar, aparecendo nos resultados do próximo mês. Mas se for apenas fogo que escapou nas áreas abertas, aí não vai continuar."

Segundo ele, os dados mais preocupantes da avaliação de agosto são do desmatamento no sul do Amazonas. Nova Aripuanã, Humaitá e Boca do Acre aparecem entre as dez cidades mais desmatadas. "O Estado tradicionalmente não é tão crítico. Isso é um sinal de que o problema está avançando para além do arco do desmatamento em direção ao coração do Amazonas. A fronteira está aberta ali."

OESP, 07/10/2008, Vida, p. A20

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