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Desmate da Amazônia será estudado por especialistas de oito países

G1 - http://g1.globo.com
12 de Jul de 2011

Os países da região amazônica iniciarão em agosto uma série de estudos para medir a taxa de desmatamento do bioma, que abriga 20% das reservas de água doce do planeta.

A iniciativa foi anunciada pelos integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) durante encontro que começou nesta segunda-feira (11) e termina nesta terça-feira em Quito, no Equador.

"O monitoramento sobre desmatamento busca harmonizar critérios para medir a perda de área verde, que varia de país para país", afirmou o diretor executivo da instituição, o boliviano Mauricio Dorfler, durante a oficina regional sobre biodiversidade amazônica.

O estudo chamado "Monitoramento do desmatamento, exploração seletiva e mudanças no uso da terra na floresta pan-amazônica" é o primeiro desse tipo de alcance regional e contará com especialistas de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, destacou Dorfler durante uma reunião da OTCA em Quito.

Entre as causas do fenômeno do desmatamento, o diretor mencionou a pressão sobre o uso da terra, a agricultura, a exploração madeireira e a extração de minerais.

A OTCA também empreenderá em agosto o primeiro estudo de recursos hídricos fronteiriços, com o objetivo de promover uma melhor e mais adequada utilização da água, disse Dorfler.

A Amazônia representa 6% da superfície do planeta e contém mais da metade do parque úmido tropical e 20% das reservas de água doce do mundo, o que a converterá em um território estratégico frente a fenômenos como o aquecimento global, segundo a OTCA.

Assim mesmo, a região abarca 7,4 milhões de km2 - equivalentes a 40% da superfície do território sul-americano - e é uma das mais diversas da Terra e um "grande espaço de riqueza cultural", sendo habitada por 420 povos indígenas, disse Dorfler.

Transferência de tecnologia
Em entrevista ao Globo Natureza, o diretor-administrativo da OTCA, Carlos Aragon, afirmou que o foco principal do projeto, estimado em US$ 6,3 milhões, será implantar nos demais países a metodologia de vigilância do desmatamento da Amazônia existente no Brasil.

Aragon se refere ao sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que visualiza mensalmente a cobertura vegetal da floresta e detecta áreas onde ocorreram a derrubada da mata.

A partir das informações, o governo brasileiro envia fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para combater as ações ilegais.

"Somente unificando a metodologia é que vamos saber o quanto a floresta amazônica tem perdido de vegetação anualmente. O Inpe vai capacitar agentes dos países membros da OTCA, que criarão salas de observação, regidas pelo Ministério do Meio Ambiente local. As imagens serão enviadas de forma constante para análise.", afirmou Aragon.

De acordo com o diretor da OTCA, a previsão é que até o fim deste ano serão obtidos os primeiros dados consolidados de desmatamento. "Saber como o desmatamento atinge uma nação é importante. Isso pode ajudar na definição de políticas de crédito, políticas de incentivo e ações policiais contra a ilegalidade", afirmou Aragon.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/07/desmate-da-amazonia-sera-e…

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