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25 de Jul de 2016
Efeito resultou da Moratória da Soja, assinada em julho de 2006. Pelo acordo, os principais comerciantes do grão no mundo se comprometeram a rejeitar produtos plantados em áreas desmatadas
Depois de dez anos da Moratória da Soja, assinada em 24 de julho de 2006, o desmatamento em consequência do plantio desse grão caiu 86% no Brasil, informou hoje (25) o Greenpeace. O acordo fez com que os maiores negociadores de soja no mundo se comprometessem a não comprar produtos originários de áreas desmatadas no Brasil. Esses comerciantes respondiam pelas operações de mercado de 92% da produção brasileira.
Antes da moratória, a taxa de desmatamento na região da Amazônia era altíssima, em média 5.922 km²/ano. Depois da moratória caiu para 826 km²/ano, redução de 86%. Há dez anos, a expansão da cultura de soja na Amazônia representava uma séria ameaça para a maior floresta tropical do planeta e seus habitantes. Mas o acordo representou o início de uma mudança que alterou o cenário no campo.
Em 2004, até 30% da soja plantada na Amazônia vinha de desmatamento recentes. Hoje, esse número não passa de 1,25%. "E o que era visto como uma 'afronta' para o mercado acabou convertido em um grande trunfo comercial. Afinal, produzir soja livre de desmatamento abriu as portas de mais mercados para o produto brasileiro", afirma nota do Greenpeace. A moratória envolve 76 municípios, que produzem 98% da soja no bioma da Amazônia.
Um estudo publicado em 2015 na revista Science, pela professora Holly Gibbs, do Departamento de Estudos Ambientais da Universidade de Wisconsin (Estados Unidos), mostra que a Moratória da Soja foi cinco vezes mais eficiente em reduzir o desmatamento em comparação com o Código Florestal brasileiro. A Moratória da Soja é um dos exemplos de como o desmatamento zero pode ser colocado em prática e a prova de que acabar com a destruição da Amazônia é vantajoso para todos, inclusive para os negócios, diz o Greenpace.
"O Brasil não precisa de mais desmatamento, pelo contrário, para a segurança de produtores e populações, precisamos proteger nossas florestas e rios, há um longo caminho adiante. Experiências como a Moratória da Soja deveriam ser replicadas em outras culturas e regiões, como o cerrado", afirma Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia do Greenpeace.
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