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24 de Jan de 2025
Desmatamento na Amazônia caiu 7% em 2024, mas degradação aumentou quase 500%, aponta Imazon
Número marca o segundo ano seguido de queda após sequência de 5 anos com recordes de destruição; Pará, que sediará a COP30, manteve a liderança como o que mais desmatou a Amazônia desde 2016
Rafael Vezquez
24/01/2025
O desmatamento na floresta amazônica caiu 7% em 2024 perante 2023, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto de pesquisa Imazon, que monitora a região por imagens de satélite desde 2008. O número marca o segundo ano consecutivo de queda após uma sequência de cinco anos com recordes de destruição.
De acordo com o Imazon, em 2024, foram derrubados 3.739 km², enquanto em 2023 a devastação atingiu 4.030 km². Se comparada com 2022, quando a Amazônia teve 10.362 km² derrubados de janeiro a dezembro, a queda seria de 65%.
O resultado de 2024 foi obtido após dezembro apresentar queda de 21% no desmate, depois de seis meses consecutivos de aumento. Foram derrubados 85 km² no último mês de 2024 e 108 km² no de 2023, conforme destaca o Imazon.
Entre os estados, o campeão de desmatamento em 2024 foi o Pará, com 1.260 km² devastados - área 3% maior do que a derrubada em 2023 em solo paraense, de 1.228 km².
Com o resultado, o Estado que sediará a COP30 em novembro deste ano manteve a liderança como o que mais desmatou a Amazônia desde 2016 - em 2015, o topo do ranking ficou com Mato Grosso.
Degradação e queimadas
Apesar da queda nos números relacionados ao desmatamento, que é a remoção completa da vegetação, a degradação florestal causada pelo fogo e pela extração de madeira cresceu seis vezes na Amazônia em 2024. Segundo o levantamento do Imazon, foram degradados 36.379 km², 497% a mais do que em 2023, quando foram atingidos 6.092 km².
Ainda de acordo com os dados, a degradação de 2024 foi a maior dos últimos 15 anos, desde 2009, após o Imazon ter começado a monitorar esse dano florestal. Até então, o recorde negativo era de 2017, quando foram degradados 11.493 km².
Conforme explica a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, o aumento expressivo na área degrada da Amazônia ocorreu por causa da alta nas queimadas, principalmente em agosto e setembro. "Nesses dois meses, a degradação cresceu mais de 1.000%", destaca.
A seca severa na região também contribuiu para o aumento exponencial da degradação na floresta amazônica. "Foram dois anos consecutivos de seca extrema na Amazônia, o que levou inclusive à ocorrência de queimadas em áreas úmidas da região. Esperamos que esse padrão não se torne o novo normal. As emissões de carbono da degradação florestal associada às queimadas de 2024 superaram as emissões do desmatamento", alerta o pesquisador Carlos Souza, coordenador do programa de monitoramento da Amazônia do Imazon.
O Pará também é o Estado com a maior área degradada em 2024, com 17.195 km² degradados, num aumento de 421% em relação à degradação registrada no território paraense em 2023.
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