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Desmatamento: ministra cobra transparência

O Globo, Sociedade, p. 26
04 de Nov de 2015

Desmatamento: ministra cobra transparência

Renato Grandelle

RIO - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, cobrou ontem transparência dos governos estaduais no combate ao desmatamento no país. Cabe aos estados, segundo uma lei sancionada há nove anos, autorizar a retirada da vegetação e o manejo florestal. No entanto, a compilação dos dados ainda é precária e não vem sendo devidamente divulgada para a União.
Estas informações são fundamentais para ampliar o conhecimento do governo federal sobre a devastação de florestas, especialmente na Amazônia. Em setembro, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2030.
- Se me derem condições, se todos os estados trabalharem com transparência sobre a (divulgação de informações da) supressão da vegetação, eu acabo com o desmatamento (ilegal) em 2020 - assegurou a ministra, no evento "União Europeia - Brasil: clima, somos todos responsáveis", no Planetário do Rio. - Desenvolver uma economia florestal não é trivial. Restaurar uma área de 34 milhões de hectares, equivalente à metade da França, não é trivial.
Izabella ressaltou a necessidade de ter a taxa de desmatamento de todos os biomas. De acordo com a ministra, os estados precisam se engajar em modelos modernos para coleta de dados.
- Precisamos de meios para que funcione um compromisso político. Isso significa que os estados precisam de um modelo de gestão novo - ressaltou. - Estamos trabalhando com os governos do Mato Grosso e do Acre na criação de um projeto. Vamos financiar a sua organização. Se der certo, podemos expandi-lo para outros estados.
Ao comentar o corte de poluentes, a ministra lembrou que o Brasil assumiu suas metas sem contar com a possibilidade de receber financiamento de outras nações. O governo, assim, anda na contramão de outras nações emergentes. A maioria espera receber verbas do Fundo Verde, que obriga as potências mundiais a investirem US$ 100 bilhões por ano até 2020 em políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. Embora tenha sido criado há cinco anos, o fundo jamais chegou perto de ter a quantia prometida.
O comissário da União Europeia para o Clima e a Energia, Miguel Angel Cañete, assegurou ontem que o bloco está "seguindo o caminho". Segundo ele, os países europeus abastecerão o cofre mundial com US$ 500 milhões, que serão aplicados principalmente em eficiência energética.

O Globo, 04/11/2015, Sociedade, p. 26

http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/ministra-cobra-trans…

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