VOLTAR

Desmatamento está fora de controle sob Bolsonaro, dizem ambientalistas

FSP - https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/
06 de Ago de 2021

Desmatamento está fora de controle sob Bolsonaro, dizem ambientalistas
Amazônia teve segundo pior ano de desmate, superado somente pelo ano passado, aponta Inpe

Phillippe Watanabe
São Paulo
6.ago.2021

Organizações ambientais afirmam que os dados sobre desmatamento na Amazônia publicados nesta sexta-feira (6) demonstram que a devastação no bioma continua fora de controle no governo Bolsonaro.

O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente, com início em 2015-2016, do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O maior registro até agora pertence ao período de 2019-2020.

De agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. Os dados referentes ao último dia de julho ainda não foram divulgados pelo Inpe, mas eles não devem provocar grandes alterações na situação.

O Observatório do Clima, rede com 66 organizações na~o governamentais e movimentos sociais, afirma que falta ao Brasil uma política de combate ao desmatamento, ao mesmo tempo em que o governo Bolsonaro desmonta a governança ambiental.

"Nem mesmo o general Hamilton Moura~o, comandante do Conselho da Amazonia, conseguiu comemorar o recuo de 5,4% na área de alertas em relaça~o a 2020. Há poucas semanas ele havia prometido à imprensa que o desmatamento cairia 10% e na segunda-feira (2) declarou que na~o cumpriria a meta. No ano passado, a embaixadores estrangeiros, foi ainda mais otimista: prometeu 15% de queda", diz, em nota, o Observatório do Clima.

O Greenpeace aponta que "os órgãos ambientais seguem enfraquecidos, enquanto o Congresso atua como aliado do governo no desmonte ambiental, discutindo e aprovando mudanças danosas na legislação, como o PL 2633/2020, aprovado esta semana na Câmara dos deputados".

O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) alerta que um novo e elevado patamar de desmatamento foi estabelecido. "É a primeira queda em três anos, mas há risco de que a redução seja espasmódica, pois não há, em longo prazo, um plano estruturado para reduzir a destruição florestal e acabar de vez com o desmatamento ilegal", diz o instituto.

O instituto também aponta o avanço do desmate em áreas públicas não destinadas, o que aponta processos de derrubada ilegal de vegetação e de grilagem de terras.

A WWF-Brasil diz que enfraquecimento na fiscalização ambiental e estímulo à grilagem levam a mais um ano com altos índices de desmatamento, e que, às vésperas da divulgação de um novo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), os dados de desmate "comprovam que o governo Bolsonaro colocou o país na contramão do que é preciso fazer para combater a emergência climática".

O desmatamento é a principal fonte de emissões de gases-estufa do Brasil.

Próximo ao fim deste ano, devem ser divulgados dados agregados de desmatamento capturados pelo Prodes, sistema também do Inpe e com maior acurácia que aponta as taxas oficiais de desmatamento que são usadas pelo governo para planejamento de ações.

O Deter é um sistema usado para auxiliar as políticas de controle de desmatamento, mas seus dados também podem ser utilizados para observar as tendências de crescimento ou redução do desmate durante o ano.

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2021/08/desmatamento-esta-fora-d…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.