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Desmatamento aumenta 27% em toda a Amazônia Legal

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
02 de Ago de 2004

Ambientalistas e ecologistas denunciam que o desmatamento na Amazônia voltou a aumentar entre 2000 e 2003, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O total desmatado em 2000 foi de 13.227 km2 e as projeções de 2003 indicam 16.838 km2, um aumento de 27%.
O total dos desmatamentos na região, somados todos os anos de acompanhamento até agosto de 2002, é de 532.086 km2. A confirmar-se a projeção de 1998, o Brasil já teria perdido, em florestas, o equivalente ao Estado da Bahia.
As características mudaram quanto ao tamanho das áreas contínuas derrubadas. Em 1995 e 1996, quando foram desmatados, respectivamente, 29.059 e 18.161 km2, as ações mais representativas ocorreram em pequenas áreas (inferiores a 50 hectares). Os projetos de colonização e os assentamentos de reforma agrária foram os grandes vilões da destruição. Em 2000 e 2001, cresceram as médias e grandes derrubadas, sobretudo de áreas contínuas com 200 a 500 hectares e acima de mil hectares. Resta conhecer melhor os novos vilões.
A disponibilidade de dinheiro para investimento em novas áreas agropecuárias pode explicar parte desse aumento nas derrubadas. A associação da abertura de novas áreas à atividade madeireira é outro fator a ser analisado. Os tipos de vegetação mais prejudicados nos desmatamentos de áreas médias e grandes, por exemplo, foram a floresta ombrófila densa, a floresta estacional e o cerradão. São tipos de vegetação de áreas onde predomina a atividade madeireira como frente de abertura de novas regiões agropecuárias. Apesar da relativa redução em importância, o desmatamento de áreas inferiores a 50 hectares preocupa, porque se deu sobretudo nas zonas de contato e na floresta aberta. As zonas de contato caracterizam-se por alta biodiversidade e a presença, embora pulverizada, de novas frentes de colonização pode ter impactos sérios sobre a fauna. Os dados foram apresentados por vários pesquisadores, entre eles Carlos Afonso Nobre, do Inpe.
Na Amazônia, pequenas iniciativas surgem na contracorrente da devastação generalizada. Os governos do Acre e Amapá têm investido em diversos programas de desenvolvimento sustentável, na tentativa de agregar valor a produtos florestais locais e diminuir a ameaça de corte raso das florestas.

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